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Tecnologia e Ciência

Abelhas usam com perfeição técnicas matemáticas que cientistas só provaram há 25 anos

Para armazenar mel, os insetos usam o hexágono, que teorias atestam que é o formato mais eficiente e econômico

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

Conhecemos abelhas pelo mel e por, recentemente, ambientalistas alertarem que tais insetos devem ser preservados a todo custo. Mas outro detalhe importante já é razoavelmente conhecido por cientistas, mas desconhecido do público: elas manjam muito de matemática.

No vídeo mais recente que atesta isso, uma apicultora experiente aponta que o fato das abelhas utilizarem sempre hexágonos para estruturar as colmeias é parte de uma verdade matemática surpreendente: o formato é o mais eficiente para armazenamento de líquidos e se ajusta perfeitamente à forma como esses insetos trabalham.

Na explicação de McKay, ela afirma que os hexágonos, além disso, garantem mais estabilidade à uma estrutura grande e cheia de material, como a colmeia, pela forma como os ângulos internos são dispostos de forma triangular.

As abelhas usam o formato mais eficiente para construir colmeias
As abelhas usam o formato mais eficiente para construir colmeias

Mas, você pode perguntar: por que não triângulos? Bem, é importante notar que as abelhas constroem favos a todo momento, de todos os lados da colmeia, e os hexágonos são os mais indicados por terem os lados iguais e sempre se encaixarem.


É possível ter uma ideia do trabalho de engenharia delas no vídeo abaixo.

É como se elas criassem o quebra-cabeças mais fácil possível. Foi o que concluiu o matemático Thomas Callister Hales, que provou formalmente a chamada "Conjectura do favo de mel", em 1999.


Segundo a proposição, uma grade hexagonal tem o menor perímetro total de uma área subdividida em partes iguais.

A possibilidade havia sido levantada pelo autor romano Marcus Terentius Varro, em 36 a.C., mas só resolvida milênios depois. Enquanto isso, as abelhas usaram os hexágonos para construir grades de colmeias e armazenar mel de forma eficiente.


Problema do caixeiro-viajante

Outra capacidade das abelhas está em resolver o famoso Problema do Caixeiro-Viajante, um enigma matemático e computacional antigo.

De forma resumida, ele tenta determinar a menor rota entre uma série de paradas. O nome deriva dos antigos caixeiros-viajantes, que percorriam várias localidades para vender uma série de produtos — para otimizar tempo e dinheiro, eles deveriam calcular rotas eficientes entre pontos de parada.

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Assim como os praticamente extintos caixeiros, as abelhas precisam traçar rotas constantemente para coletar pólen de diversas flores todos os dias. Tentar calcular algo assim de forma correta faria até supercomputadores desistirem sem chegar a uma resposta.

A pesquisa mais profunda sobre o assunto foi feita por Lars Chittka, um cientista pioneiro que fundou um laboratório especializado em fisiologia sensorial e psicologia de aprendizagem na Universidade de Londres, além de autor do livro The Mind of a Bee (A Mente de uma Abelha, em tradução livre).

Segundo a pesquisa de Lars, as abelhas resolvem esse problema todos os dias. "As abelhas têm que associar centenas de flores de uma maneira que minimize a distância da viagem e, em seguida, encontrar de forma confiável o caminho de casa", afirma o pesquisador, que ressalta que o cérebro desses insetos tem o tamanho da cabeça de um alfinete.

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