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Tecnologia e Ciência

Whatsapp recorre contra decisão de juiz que determinou bloqueio do aplicativo por 72 horas

Diretor global de comunicação do aplicativo descartou possibilidade de deixar de operar no País

Tecnologia e Ciência|Do R7

Justiça determinou bloqueio do aplicativo por 72 horas
Justiça determinou bloqueio do aplicativo por 72 horas

O diretor global de comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld, afirmou nesta segunda-feira (2) que a empresa recorreu da decisão judicial que determinou o bloqueio do aplicativo por 72 horas, informou o site do jornal Correio do Povo, parceiro do R7.

Steinfeld afirmou ao jornal que os responsáveis pelo aplicativo dialogam com as autoridades brasileiras para evitar impasses jurídicos.

— Estamos nos encontrando com oficiais, advogados e promotores no Brasil para responder suas perguntas, entender suas preocupações. Podemos fazer um trabalho melhor para educar as pessoas a respeito de como o serviço funciona e o que somos capazes de fazer para atender às ordens judiciais.

Steinfeld descartou a possibilidade de deixar de operar no Brasil.


— Nossa esperança é de continuar crescendo e que o Brasil continue a ser um dos maiores mercados [...] Queremos resolver os problemas de forma colaborativa.

Na manhã desta segunda-feira, o juiz Marcel Montalvão, de Lagarto (Sergipe) determinou o bloqueio após supostamente a empresa que gerencia o aplicativo recusar-se a fornecer dados à Justiça. O processo que motivou a decisão judicial está em sigilo.


Montalvão é o mesmo magistrado que ordenou a prisão do vice-presidente do Facebook, Diego Dzodan, em março.

Brecha


Mesmo após o bloqueio, alguns usuários do aplicativo continuam conseguindo enviar mensagens quando estão conectados a uma rede wifi que não seja gerenciada por uma grande operadora.

O R7 conseguiu enviar mensagens às 15h30 e, novamente, às 17h30 por meio de um aparelho com plano da Vivo conectado ao wifi. Os destinatários, um deles da Vivo e outro da TIM, também conectados a rede wifi, conseguiram receber as mensagens e responder.

Entre um horário e outro, houve um período de instablilidade.

A rede de wifi utilizada para enviar as mensagens, porém, não é gerenciada por nenhuma das operadoras submetidas à decisão judicial.

A reportagem tentou também com outros aparelhos de diversas operadoras — inclusive outros da Vivo e da TIM — conetacos a uma rede de wifi da Vivo e não obteve sucesso.

A brecha no bloqueio também foi relatado por usuários no Twitter. “No wifi da faculdade o whatsapp ta funcionando normalmente, mas ngm de fora consegue usar então não adianta nada” escreveu uma estudante de São Paulo.

“Bloqueio do WhatsApp por 72 horas?! Pra mim muda nada. Continua liberado para uso por wifi”, postou outro estudante, de Campinas.

As mensagens enviadas quando o aparelho depende de dados móveis não chegam aos destinatários.

Aplicativo

Outros usuários ouvidos pelo R7 afirmam que continuam com o Whatsapp em funcionamento após baixar um aplicativo que camufla a localização do usuário no mundo. Com isso, as mensagens passam por outros países antes de chegarem aos destinatário.

Os aplicativos do tipo constroem uma rede privada de conversa. Nem todas as redes, porém, são seguras. Por isso, é preciso cuidado.

Anatel

O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Rezende, disse que o bloqueio do aplicativo é uma medida desproporcional porque acaba punindo os usuários do serviço.

— O WhatsApp deve cumprir as determinações judiciais dentro das condições técnicas que ele tem. Mas, evidentemente o bloqueio não é a solução.

Segundo Rezende, a Anatel não pode tomar nenhuma medida para restabelecer o serviço, porque não é parte da decisão judicial.

O R7 procurou a Vivo e a TIM. A TIM afirmou que os casos relatados pela reportagem são pontuais e que a operadora está investigando. A Vivo afirmou que "cumpre rigorosamente a decisão judicial de bloqueio ao acesso ao WhatsApp, em suas redes fixa e móvel, em âmbito nacional, incluídos serviços wi-fi baseados na rede da operadora".

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