AGU entra na discussão, e governo avalia adiar concurso no Rio Grande do Sul
Gestão federal descarta adiar o certame em todo o país; integrantes do Executivo vão se reunir para debater possíveis soluções
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O governo federal avalia adiar o Concurso Público Nacional Unificado no Rio Grande do Sul em meio às fortes chuvas que atingem o estado e já deixaram ao menos 30 pessoas mortas. As provas vão ocorrer neste domingo (5), mas a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou na discussão na tentativa de construir uma solução jurídica para a situação.
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A informação foi repassada ao R7 por um integrante do alto escalão do do governo. “Nós estamos tentando ver qual é a solução jurídica, segura, para não comprometer nem o resto do Brasil, nem o Rio Grande do Sul”, disse a fonte. “Existe a questão da segurança do sigilo das provas, que já estão nos estados. Imagina adiar o concurso e ficar uma semana com as provas espalhadas pelo Brasil? É um risco ao concurso. As provas já estão nos estados”, completou.
As provas do Concurso Público Nacional Unificado vão ocorrer em 3.665 locais e 75.730 salas, no próximo dia 5 de maio. De acordo com dados do governo, cerca de 86 mil pessoas que moram no Rio Grande do Sul se inscreveram para o certame, sendo 21 mil localizadas fora das cidades que vão aplicar as provas. Dessas, 6 mil estão em municípios em situação de emergência ou sem acesso às chamadas cidades-sede.
Mais cedo, durante entrevista à Empresa Brasil Comunicação, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, informou que a possibilidade de adiamento total do concurso tem um custo de R$ 50 milhões. “São mais de 2,5 milhões de inscritos em todo o país. A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, é muito questionável. Outra hipótese que existira é a suspensão total do concurso. A não ser que haja alguma decisão judicial nesse sentido”, disse.
Nesta semana, o governador gaúcho, Eduardo Leite, pediu o adiamento da prova no RS. Na última quinta-feira (2), o governo optou por manter o concurso no estado, mesmo diante das fortes chuvas. Em nota oficial, a gestão federal disse que empenhará todos os esforços para assegurar a participação dos candidatos, em coordenação com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes.
“O Governo Federal envidará todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos, em diálogo com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes. Quaisquer atualizações serão informadas pelos canais oficiais do Ministério”, diz o comunicado.
Agora, de forma extraoficial, o governo avalia, sim, adiar as provas no estado. Para isso, o ministro da AGU, Jorge Messias, entrou na discussão na busca por uma solução jurídica e segura. O governo criou uma sala de emergência para discutir a situação gaúcha, no Palácio do Planalto. Os membros da administração se reúnem nesta sexta-feira (3) para avaliar os temas relacionados, como o concurso.