O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou nesta segunda-feira (12) que a trégua comercial entre China e Estados Unidos é positiva e avaliou que um acordo entre os dois países é “positivo”. Alckmin — presidente em exercício com a viagem de Luiz Inácio Lula da Silva à China — aproveitou para defender o fortalecimento da OMC (Organização Mundial do Comércio), organismo multilateral responsável por regular o comércio entre os países membros. Tanto o gigante asiático quanto os EUA e o Brasil fazem parte do grupo.“É muito bom que haja entendimento entre Estados Unidos e China, os dois maiores PIBs do mundo e economias importantíssimas. Nós defendemos, o Brasil, o presidente Lula, [defendemos] o multilateralismo e o livre comércio. Então, ter um entendimento que busque facilitar o comércio. Comércio exterior é emprego e renda, e quem ganha é a população. Precisamos fortalecer a OMC, para podermos ter regras no comércio exterior, mas é positivo [um acordo entre China e EUA]. Torcemos por um bom entendimento”, destacou Alckmin, em agenda em São Paulo (SP).Desde que retornou à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump tem adotado uma política protecionista e impôs tarifas comerciais unilaterais a diversos países. As taxas aplicadas para produtos chineses comprados pelos EUA chegaram a 145%. Em resposta, a China taxou os itens norte-americanos vendidos ao país asiático em 125%.No fim de semana, representantes dos dois países reuniram-se na Suíça pela primeira vez desde o início da guerra tarifária. Nesta segunda, as autoridades anunciaram que vão reduzir as taxas recíprocas por 90 dias — de 145% para 30%, e de 125% para 10%.A expectativa é que as novas tarifas comecem a valer até a próxima quarta-feira (14). Nesse intervalo de 90 dias, EUA e China devem manter as negociações.Desde o início de abril, Trump impôs taxas de 10% sobre todos os produtos brasileiros comprados pelos norte-americanos. Anteriormente, o republicano já tinha decidido aplicar 25% sobre o aço e o alumínio do Brasil. O governo brasileiro adotou postura diplomática para a situação. As negociações ficaram a cargo de Alckmin, que defende uma saída consensual para o embate.Em março, em meio ao cenário de disputa comercial, Alckmin chegou a declarar que não descartava recorrer à OMC contra as tarifas de Trump. “É uma possibilidade”, destacou, à época.“Nós defendemos multilateralismo, nós defendemos complementação econômica, e a OMC existe para isso, para estabelecer regras que devem ser regras gerais para todos”, afirmou Alckmin.Estudo elaborado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, aponta que o Brasil tem 1.601 oportunidades com os parceiros do Brics, do qual, além do Brasil, fazem parte Rússia, Índia, China e África do Sul.As eventuais negociações mercantis ocorrem em meio ao tarifaço promovido por Trump.O momento é visto como oportuno para o aprofundamento das relações comerciais entre Brasil e os demais países do grupo. Desde sábado (10), Lula está na China para ampliar as parcerias — o país é o principal destino das exportações brasileiras.Entre os produtos com mais potencial de venda para a nação asiática, segundo o governo brasileiro, estão proteína animal, café e itens de maior valor agregado, como alimentos industrializados e bioenergia.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp