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R7 Brasília

Aliança contra fome e pobreza quer transferência de renda para 500 milhões de pessoas até 2030

Iniciativa de Luiz Inácio Lula da Silva será oficializada no G20 e deseja expandir merenda escolar para 150 milhões de crianças

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula idealizou aliança contra à fome e à pobreza Ricardo Stuckert/PR - 03.07.2024

De iniciativa da presidência brasileira no G20, a Aliança Contra a Fome e a Pobreza quer alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda e sistemas de proteção social até 2030.

O pré-lançamento da medida ocorreu em julho deste ano, com a abertura da adesão de países, e será oficializada nesta segunda-feira (18) na cúpula do grupo, que reúne as principais economias do mundo, no Rio de Janeiro (RJ).

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As ações em torno da aliança são:

  • expandir as merendas escolares de alta qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com fome e pobreza infantil endêmica;
  • iniciativas em saúde materna e primeira infância terão como objetivo alcançar outras 200 milhões de mulheres e crianças de 0 a 6 anos;
  • e programas de inclusão socioeconômica visam atingir 100 milhões de pessoas adicionais, com foco nas mulheres.

Além disso, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento vão oferecer bilhões - no mínimo US$ 25 bilhões - para que os países possam implementar os programas na cesta de políticas da aliança global.


A iniciativa ocorre em cenário preocupante.

“As projeções atuais apontam que 622 milhões de pessoas viverão abaixo do limiar da pobreza extrema de US$ 2,15 por dia em 2030 - o dobro do nível da meta. O mundo também está fora da trajetória para alcançar a meta de ‘fome zero’. Se as tendências atuais se mantiverem, 582 milhões de pessoas viverão com fome em 2030 - aproximadamente o mesmo número de 2015, quando os ODS foram adotados pela primeira vez”, diz o governo brasileiro em nota.


Os compromissos anunciados até o momento envolvem 41 governos, 13 organizações internacionais públicas e 18 instituições filantrópicas. Na parte de transferência de renda, são alvos, por exemplo, Togo, Chile e Nigéria. A iniciativa vai priorizar oferecer conhecimento, apoio técnico e financeiro aos países.

“Parte do esforço incluirá explorar uma instalação de pooling virtual, que poderia combinar contribuições financeiras de vários fundos e fontes para reduzir os custos de transação e ajudar os governos implementadores a iniciar benefícios de proteção social em maior escala”, anunciou.


Refeições escolares

Em relação ao plano de combate à fome infantil, as ações visam dobrar o número de crianças que recebem refeições escolares diárias, atingindo 150 milhões até 2030.

“Entre outros anúncios, a Indonésia se comprometeu com um novo programa de merendas escolares nutritivas em larga escala, que alcançará quase 78 milhões de crianças até 2029. A Nigéria, com o maior programa de refeições escolares da África, dobrará sua cobertura para 20 milhões de crianças e integrará fazendas escolares para apoiar a produção local de alimentos”, informou.

A oficialização da aliança será feita nesta segunda (18), durante a cúpula dos líderes do G20, no Rio de Janeiro. O grupo é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana.

O G20 responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o anfitrião do evento.

De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, mais de 100 países e organizações já aderiram ao movimento, entre eles Rússia, Ucrânia e “até a Palestina”.

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