Ameaça de pendurar ministros de cabeça para baixo não é grave, diz defesa de preso
Homem foi preso por determinação de Moraes; ele disse que vai pendurar ministros e mandou políticos aumentar a segurança
Brasília|Alan Rios, do R7, em Brasília
Segundo os advogados do empresário Ivan Rejane, preso por ataques ao STF, não houve grave ameaça em falas sobre pendurar ministros de cabeça para baixo e caçar políticos. A defesa pede revogação da prisão temporária e afirma que as frases são "meras alegações vazias". Ivan foi detido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
"Qual a grave ameaça ao dizer: ‘Vamos pendurar vocês de cabeça para baixo’ ou ‘Vamos começar a caçar você’"?, questionam os advogados. Ivan Rejane publicou vídeos nas redes sociais em que manda o ex-presidente Lula, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marcelo Freixo (PSB) andar "com segurança até o talo".
"Eu vou dar um recado para a esquerda brasileira, principalmente para o Lula: desgr*****, põe o pé na rua que nós vamos te mostrar o que nós vamos fazer com você [...] Anda com segurança até o talo, que nós da direita vamos começar a caçar você, essa Gleisi Hoffmann, esse Freixo", afirmou Ivan em publicação nas redes sociais.
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Em outro momento do vídeo, o empresário disse que não iria "só invadir o STF". "Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo, seus [xingamento]!". Porém, para os advogados de Ivan, essas frases foram ditas em um momento de ira com a situação jurídico-política vivenciada no país, e isso "afasta o dolo específico necessário à configuração da grave ameaça".
Outra alegação no pedido minimiza a fala sobre invadir o Supremo, ressaltando que ele "pode ser ingressado por qualquer pessoa". Ivan citava nominalmente alguns ministros no vídeo. "Até Cármen Lúcia, Rosa Weber… Sumam do Brasil, nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo. Vocês são mendigos", diz ele em um dos trechos da gravação.
Relembre o caso
A Polícia Federal prendeu na última sexta-feira (22), em Belo Horizonte (MG), um homem que divulgou um vídeo com diversos ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à Presidência da República nas eleições deste ano. A prisão foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moares, após pedido da PF.
Segundo o Supremo, Ivan Rejane Fonte Boa Pinto resistiu à prisão, que foi decretada na última quarta-feira (20).
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