ANTT desmente boato de que veículos com doações foram barrados no Rio Grande do Sul
Segundo o órgão, não há solicitação de nota fiscal e aplicação de multas
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) esclareceu que não existe retenção de veículos com doações nas vias de acesso ao Rio Grande do Sul. Segundo o órgão, em função da calamidade enfrentada pelo estado, não será exigida a apresentação de nota fiscal aos condutores de veículos que transportam donativos, visto que o processo de fiscalização foi simplificado para que os itens cheguem o mais rápido possível nos locais atingidos.
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“Os veículos de carga que passam nas balanças em rodovias que acessam o Estado passam por um procedimento simplificado de fiscalização e são liberados para seguir viagem”, informou a ANTT.
Por meio de nota, a agência reiterou o empenho para simplificar a movimentação de cargas, principalmente aquelas que transportam itens de primeira necessidade, como alimentos, medicamentos, água, roupas. A ANTT também afirmou que mobilizou equipes próprias e dos entes regulados no auxílio à população atingida e no reestabelecimento da normalidade.
Os vídeos que circulam na internet que afirmam que a ANTT reteve veículos de doação não condizem com a realidade dos fatos
Governo do Rio Grande do Sul
Com o título “Seja solidário, espalhe verdades”, o Governo do RS também desmentiu boatos publicados nas redes sociais. A administração local reforçou que não há exigência de notas fiscais e que não existe nenhuma fiscalização, pelo governo estadual, das marmitas feitas por voluntários.
Governo Federal aciona PF
Na terça-feira (7), o governo acionou a Polícia Federal e a AGU (Advocacia-Geral da União) pedindo abertura de investigação sobre a criação e disseminação de notícias falsas acerca da situação de calamidade no Rio Grande do Sul e a atuação do governo federal no estado.
O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, enviou um ofício ao colega Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, em que pede que “providências cabíveis sejam tomadas pelos órgãos competentes” do ministério da Justiça a respeito da propagação de fake news.
No documento enviado a Lewandowski, Pimenta cita ao menos 11 casos de divulgação de informações falsas pelas redes sociais. “Estou indignado. Tem gente trabalhando 24 horas por dia, sem dormir. Enquanto isso, tem indústria de fake news alimentada por deputados, por influenciadores. Quem age contra nós deve ser tratado como quinta-coluna, traidor em tempo de guerra”, criticou Pimenta, ao destacar que as notícias falsas “estão sendo prejudiciais ao esforço que está sendo feito no RS.”