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R7 Brasília

Após confusão, comissão da Câmara aprova PEC que proíbe aborto legal no Brasil

Texto agora segue para comissão especial, que terá de ser criada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL)

Brasília|Rute Moraes e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Com a aprovação da PEC, seriam abolidas as autorizações para interrupção da gestação Lula Marques/ Agência Brasil

Após uma manhã marcada por confusão, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) a PEC (proposta de emenda à Constituição) que altera as disposições sobre o aborto legal no Brasil. O texto foi aprovado por 35 votos a 15 e agora segue para análise em uma comissão especial, que ainda precisa ser criada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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Atualmente, a legislação prevê que a gravidez pode ser interrompida se houver risco à vida da mulher, se o feto tiver anencefalia ou se a mulher for vítima de estupro. Caso o Congresso aprove a PEC, seriam abolidas as autorizações para interrupção da gestação.

A sessão da CCJ desta quarta foi interrompida por cerca de uma hora devido a uma confusão generalizada no plenário, com manifestantes sendo retirados.

Durante o tumulto, a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), pediu que a Polícia Legislativa Federal retirasse os manifestantes. A sessão foi marcada por forte debate entre parlamentares de diferentes espectros políticos. Enquanto deputados da base governista chamavam a proposta da “PEC do Estupro”, parlamentares conservadores a definiam como a “PEC da Vida”.


Nas galerias, manifestantes contrários à proposta, em sua maioria defensores do direito ao aborto, gritavam “criança não é mãe, estuprador não é pai”.

Quais os próximos passos da PEC

Após a criação da comissão especial (o que ainda não tem data definida para acontecer), os líderes precisam indicar os nomes dos membros, e o colegiado analisará o mérito da proposta. Se aprovada, a PEC segue para análise do plenário da Câmara.


Para ser aprovado no plenário da Câmara, o texto precisará dos votos favoráveis de 308 deputados, em dois turnos. Depois, vai para o Senado.

De autoria do ex-deputado federal Eduardo Cunha (sem partido), a PEC altera o artigo 5° da Constituição Federal para garantir a inviolabilidade do direito à vida “desde a concepção”.

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