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R7 Brasília

Após reunião com Lula, Leite diz que papel é não deixar de criticar e fala em descompasso de ações

Presidente e governador se encontraram nesta quarta-feira, em Brasília, após as críticas trocadas entre os dois em agenda no RS

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília


Lula e Leite debateram medidas de reconstrução ao RS Mauricio Tonetto/Governo do RS - 15.03.2024

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou nesta quarta-feira (21), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não vai deixar de criticar o governo federal e falou em “descompasso” das ações anunciadas pelo Executivo e a efetividade das medidas na ponta.

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“A conversa foi boa. O presidente ouviu atentamente, vejo muito boa vontade e disposição, mas continuo tendo divergências, continuo tendo uma visão de que alguns temas poderiam avançar mais rapidamente, mas saio com otimismo dessa reunião, com a expectativa de que sejam tomadas as medidas por parte do governo”, disse Leite.

“Não precisamos pensar igual, precisamos pensar na população. Se fomos capazes de pensar no Brasil e na população do Rio Grande do Sul neste momento, a gente supera as diferenças e entrega o que tem que ser entregue. O presidente falou que o governador tem que agradecer. Eu faço agradecimento, mas não deixo de demandar, não deixo de reclamar, não deixo de criticar, se for o caso, e entendo que é meu papel”, completou.

De acordo com Leite, há um descompasso entre as medidas anunciadas e a efetivamente das ações. “Teve apoio e está tendo apoio, mas o que eu tenho mostrado é que tem um descompasso entre o apoio que é anunciado e o apoio que se está efetivando lá na ponta. Eu faço a crítica não para o governo ser fustigado, faço a crítica para que ajustem, aprimorem e entreguem a população o que eles mesmo estão propondo”.


A reunião de Leite e Lula contou com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul). No encontro, o governador gaúcho destacou três propostas. São elas: programa de manutenção do emprego e da renda, operações de crédito e de financiamento e a dívida do estado.

O programa de emprego e renda foi criado na época da pandemia de Covid-19 e foi atualizado na gestão petista. De acordo com Leite, existem regras “engessadas” e carecem de ajustes. Segundo o governador, empresas gaúchas têm tido dificuldade de acessar recursos. Leite relatou que Lula tomou nota e encaminhou o assunto com os ministros responsáveis pelas áreas.


Farpas

É o primeiro encontro do petista com o gaúcho após as farpas trocadas entre os dois durante agenda, realizada na última sexta-feira (16), no Rio Grande do Sul. Na ocasião, Lula criticou Leite. “Às vezes, eu fico incomodado porque o governador nunca está contente com as coisas. O governador deveria um dia me agradecer: ‘Ô, Lula, obrigado pelo tratamento que você está dando ao Rio Grande do Sul, porque o Rio Grande do Sul nunca foi tratado assim”, afirmou o presidente.

Na agenda seguinte do presidente no estado, o governador gaúcho usou o tempo de discurso para responder às críticas de Lula. Leite citou dificuldades enfrentadas pelo Executivo local desde 2019, quando assumiu o estado. “A gente começou esse governo sem ter dinheiro para pagar salário de servidor”, argumentou, no palco da cerimônia em que estavam o presidente e ministros.


Leite ainda disse que o povo gaúcho não é “mal-agradecido nem ingrato”. “O povo gaúcho agradece todo o apoio que recebe, que recebeu da sociedade brasileira e que recebe do seu governo também, presidente. Nós agradecemos os apoios alcançados, mas também sabemos o que é de direito da nossa população e do nosso estado e demandamos”, completou, ao se referir diretamente a Lula.

Logo depois de Leite, Lula discursou, em sua quinta ida ao estado desde as enchentes, e devolveu as críticas. “Eu quero que toda vez que você olhar para o governo federal, você saiba que você tem um amigo. Eu não disputo nada com você, eu não disputo popularidade. Eu não sou gestor, eu sou um político e gosto de fazer politica”, rebateu.

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