Após sanções dos EUA, Lula defende relação com Cuba e programa Mais Médicos
Presidente aproveitou para criticar embargo econômico dos Estados Unidos à ilha, que ocorre desde 1962
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (14) a relação entre Brasil e Cuba e o Mais Médicos, criado em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff.
A declaração do petista ocorre após sanções dos Estados Unidos a funcionários do Ministério da Saúde brasileiro ligados ao programa e à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Um dos afetados pela medida é o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales.
“Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grande, o Brasil tem 8.500 km², tem lugar para andar no Brasil para caramba, lugar bonito, não se importe. Quero dizer para os companheiros cubanos que o fato de eles cassarem o Mozart foi por causa de Cuba, porque eles tinham ido a Cuba”, declarou Lula.
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Nessa quarta (13), os EUA anunciaram a revogação dos vistos de Mozart Sales e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo.
Ex-integrantes da Opas também tiveram documentos cassados pela “cumplicidade” com o programa “Mais Médicos”.
Lula aproveitou para criticar o embargo econômico americano a Cuba, em vigência desde 1962. O movimento dos EUA ocorreu em resposta à Revolução Cubana e ao agravamento das tensões entre os dois países, em meio à Guerra Fria.
A princípio, o bloqueio incluía limitações comerciais, mas foi estendido ao longo dos anos.
“É importante eles saberem que nossa relação com Cuba é de respeito, a um povo que está sendo vítima de bloqueio há 70 anos. Hoje, estão passando necessidade, num bloqueio que não há nenhuma razão. Os EUA fizeram uma guerra e perderam. Aceitem que perderam e deixem os cubanos em paz. Não fique querendo mandar no mundo, ele [Donald Trump] não é imperador”, acrescentou Lula.
Ministro sai em defesa de programa
Após o anúncio dos EUA, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu o Mais Médicos.
Sem citar o presidente Donald Trump, Padilha afirmou que o Mais Médicos “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”.
O programa foi criado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff para ampliar o atendimento médico no interior do país. À época, o chefe da Saúde também era Padilha.
“Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman“, escreveu o ministro, em uma rede social.
Entenda
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou a revogação e a imposição de restrições de visto a diversos funcionários do governo brasileiro, ex-integrantes da Opas e familiares.
Segundo a pasta, eles teriam participado de um esquema de exportação coercitiva de mão de obra do regime cubano pelo programa Mais Médicos.
“O Departamento de Estado revogou os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ambos atuantes no Ministério da Saúde do Brasil durante o programa Mais Médicos. Eles desempenharam o planejamento e implementação do programa. Nossa medida envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que possibilitam o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”, informou o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Leia a íntegra do comunicado publicado por Marco Rubio
O Departamento de Estado tomou hoje medidas para revogar e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e seus familiares, por envolvimento no esquema de exportação de mão de obra do regime cubano no programa Mais Médicos. Esses indivíduos foram responsáveis ou ajudaram o esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado. Esse esquema enriquece o regime cubano corrupto e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais.
Como parte do programa Mais Médicos no Brasil, esses indivíduos utilizaram a OPAS como intermediária junto à ditadura cubana para implementar o programa sem cumprir os requisitos constitucionais brasileiros, burlando as sanções dos EUA contra Cuba e, conscientemente, repassando ao regime cubano valores devidos aos trabalhadores médicos cubanos. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano.
O Departamento de Estado revogou os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ambos atuantes no Ministério da Saúde do Brasil durante o programa Mais Médicos e desempenharam o planejamento e implementação do programa. Nossa medida envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que possibilitam o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano.
Leia perguntas e respostas sobre o assunto
Qual foi a declaração do presidente Lula sobre a relação entre Brasil e Cuba?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a relação entre Brasil e Cuba e o programa Mais Médicos, criado em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff.
O que motivou as declarações de Lula?
As declarações ocorreram após sanções dos Estados Unidos a funcionários do Ministério da Saúde brasileiro ligados ao programa Mais Médicos e à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
Quem foi afetado pelas sanções dos EUA?
Um dos afetados foi Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, além de Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo.
O que Lula disse a Mozart Sales em relação às sanções?
Lula afirmou: “Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grande, o Brasil tem 8.500 km², tem lugar para andar no Brasil para caramba, lugar bonito, não se importe.”
Qual foi a crítica de Lula em relação ao embargo econômico dos EUA a Cuba?
Lula criticou o embargo econômico americano, que está em vigor desde 1962, afirmando que a relação com Cuba é de respeito e que o povo cubano está sendo vítima de um bloqueio injusto há 70 anos.
O que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse sobre o programa Mais Médicos?
Padilha defendeu o programa, afirmando que ele “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja” e ressaltou a importância do programa para o atendimento médico no interior do país.
Qual foi a justificativa do Departamento de Estado dos EUA para as sanções?
O Departamento de Estado afirmou que as sanções foram impostas devido à participação dos funcionários em um esquema de exportação coercitiva de mão de obra do regime cubano pelo programa Mais Médicos.
O que foi mencionado sobre os médicos cubanos no programa?
Foi relatado que dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano, que enriquece às custas do trabalho forçado desses profissionais.
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