Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Assassino confesso de Marielle será ouvido pelo STF pela 1ª vez após delação

Ronnie Lessa vai prestar depoimento por videoconferência na tarde desta terça-feira (27); ele está preso em Tremembé (SP)

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

Em delação, Lessa teria afirmado que o crime seria uma vingança Repodução/RECORD/Arquivo/Repodução/RECORD/Arquivo

O ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco, vai prestar depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (26), às 13h. A oitiva será por videoconferência, visto que ele está preso na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo. Esta é a primeira vez que Lessa vai ser ouvido pelo STF sobre o caso Marielle desde que ele fechou um acordo de delação premiada, em janeiro deste ano.

Leia Mais

Na delação, Lessa deu detalhes sobre o planejamento do assassinato de Marielle. Segundo ele, a vereadora era uma “pedra no caminho” dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, réus no STF por suspeita de serem os mandantes do crime.

“O que deu para entender é o seguinte: a Marielle vai atrapalhar, e nós vamos seguir isso aí, e, para isso, ela tem que sair do caminho”, disse Lessa na delação ao relembrar encontros com os irmãos para debater o crime.

Ele afirmou, também, o plano para matar Marielle começou a ser construído em setembro de 2017, seis meses antes do assassinato — Marielle foi morta em 14 de março de 2018. “Mais ou menos, setembro. Nós colhemos os dados, pegamos o carro, armamento e começamos a ir em campo.”


De acordo com o assassino, ele ficou perto de matar Marielle meses antes do crime, mas “perdeu a oportunidade”. “Esse bar da Praça da Bandeira. Porque esse bar, é, eu já tinha perdido uma oportunidade porque o Macalé não tinha chegado a tempo. E ela estava sentada nesse bar, não sei como o Macalé [também suspeito de envolvimento no caso, morto em 2021] soube disso. Mas alguém que estava seguindo ela falou: ‘ela está no bar’. Alguém estava seguindo ela.”

Lessa relatou que, ao aceitar participar da empreitada, mal sabia quem seria o alvo do assassinato. Ele contou que foi abordado pelo miliciano Macalé, que lhe apresentou uma “proposta muito boa, que era para ficar rico”. Lessa afirmou que, “obviamente, se interessou”. Descreveu a oferta como “uma proposta realmente indecente”. Foi informado de que teria que matar e, sem hesitar, respondeu: “Não tem problema, eu aceitei. De imediato. Sem nem saber quem era”.


A íntegra da delação revela que Lessa só soube que havia matado o motorista Anderson Gomes horas após o assassinato, enquanto estava em um bar com Élcio Queiroz, outro acusado pelas mortes, onde assistiram a um jogo de futebol e estavam bebendo. Um garçom mostrou fotos do crime para a dupla, e foi então que eles descobriram que havia mais uma pessoa morta.

“Vi nas fotos que o motorista estava morto; não era a finalidade também; então ali nós ficamos sabendo que tinha duas pessoas mortas e a coisa ficou mais tensa ainda; começamos a beber mais um pouquinho, o jogo acabou e as pessoas se dispersaram.”


O último encontro de Lessa com os irmãos Brazão foi depois do assassinato. Preocupado com a repercussão do caso, ele disse ter sido tranquilizado por Domingos e Chiquinho, que afirmaram que podiam contar com a atuação de Rivaldo Barbosa, que à época do crime chefiava a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Barbosa também é réu no STF pela morte de Marielle.

No mês passado, a defesa de Lessa apresentou à corte um pedido para que ele seja transferido da unidade prisional. A petição alega que ele está “isolado do convívio social e do contato físico com sua família”, além de impossibilitado de atividades como “trabalho interno, oficinas técnicas, ensino superior à distância, assistir a palestras, cursos”.


Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.