Associações da PM e dos Bombeiros no DF aceitam parcelamento de reajuste de 18%, mas reclamam
Oficiais e praças dizem que proposta do governo federal é 'quebra de acordo'; serão 9% em junho deste ano e 9% em janeiro de 2024
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Membros de associações de oficiais e praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal aceitaram o parcelamento do reajuste salarial de 18% para as forças de segurança. No entanto, representantes relataram insatisfação com a proposta do governo federal e falaram em "quebra de acordo".
O governo federal propôs reajustar o salário dos agentes que integram as forças de segurança em duas parcelas de 9%, uma para junho deste ano e outra para janeiro de 2024.
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O presidente da Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do DF, tenente-coronel Eugênio César Nogueira, disse que os oficiais da corporação já esperavam que houvesse alguma complicação para a concessão do reajuste em uma única parcela de 18%.
"Participamos da reunião ontem [terça (13)]. Não foi o que tínhamos acordado, mas, diante da justificativa do governo federal e da impossibilidade de passar dos 9%, resolvemos em assembleia que vamos aceitar a proposta. A gente sabia da impossibilidade de passar de 9%, mas também que três parcelas era demais", avaliou.
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Para o vice-presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar (AsofPMDF), coronel Marco Alves, não havia outra hipótese senão aceitar. "Estávamos esperando os 18%, de uma vez só. Mas houve um acordo com o governo federal, e as categorias aceitaram essa divisão de 9% em junho e 9% em janeiro. Aceitaram com medo até de perder", afirmou, acrescentando que o salário da categoria está "muito defasado".
"É o que tinha e pegamos. O clima é de decepção. Já estava todo mundo com a expectativa na cabeça. Dá uma desmotivada. Nada que vá modificar a qualidade do trabalho, mas é uma decepção. A gente pode continuar brigando, mostrando a defasagem. Temos como justificar isso em números", apontou.
Pagamento previsto
Entre os praças, a insatisfação é maior. É o que afirma o secretário geral da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares DF (Aspra-DF), cabo Lucílio Pinto dos Santos. Segundo ele, "o descontentamento da tropa é enorme".
"O acordo foi quebrado. O Fundo Constitucional do DF foi registrado esse ano com um aumento grande. Já estava tudo previsto. Eu não sei porque o governo não dá esses 18%", queixou-se. Apesar disso, ele afirmou que os praças não querem "encabeçar qualquer tipo de movimento".