O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) enviado à Faixa de Gaza com ajuda humanitária pousou no Cairo, capital do Egito, por volta das 16h30 desta terça-feira (31), no horário local. A aeronave levou 2 toneladas de alimentos, entre arroz, derivados de milho e leite em pó, doados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) às pessoas que se encontram na zona de conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A operação vai aproveitar para repatriar brasileiros que já estão na fronteira, esperando por liberação para o retorno ao país. A entrada de ajuda humanitária em território palestino pela fronteira do Egito começou em 21 de outubro, duas semanas depois das primeiras ofensivas do Hamas contra Israel, no dia 7. Desde o início do conflito, Israel impôs um bloqueio total ao fornecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível à Faixa de Gaza. • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram De lá para cá, 84 caminhões de ajuda chegaram ao local, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). "Os suprimentos estão acabando, e a ajuda que chega à Faixa de Gaza em caminhões vindos do Egito é insuficiente", disse o chefe da UNRWA em Gaza, Thomas White. Antes do conflito, a média de caminhões que entravam em território palestino era de 500 por dia. Em razão da escassez de suprimentos, há relatos de uma sequência de saques a armazéns e centros de distribuição de ajuda alimentar. A ordem pública na Faixa de Gaza "está em colapso", alertou a agência da ONU. Na sexta-feira (27), a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que propõe uma trégua humanitária na Faixa de Gaza. O texto recebeu votos a favor de 120 países, como Brasil, Argentina e China. Além das 45 abstenções, 15 nações foram contrárias à medida proposta pela Jordânia, incluindo os Estados Unidos e Israel. A resolução expressa "profunda preocupação com a catastrófica situação humanitária na Faixa de Gaza e suas vastas consequências para a população civil, composta em grande parte de crianças", e ressalta "a necessidade de acesso humanitário completo, imediato, seguro, sem impedimentos e duradouro". A Assembleia-Geral votou a proposta após o Conselho de Segurança da ONU ter falhado quatro vezes nas últimas duas semanas em tomar medidas referentes à guerra na Faixa de Gaza. Ao contrário dos textos votados no Conselho, as propostas apresentadas para apreciação na Assembleia não têm efeito de sanção nem de obrigação para os países citados.* Sob supervisão de Fausto Carneiro