‘Brasil é bom parceiro’, diz Alckmin sobre relação simultânea com China e EUA
Trump acusou Brasil de ser ‘péssimo parceiro comercial’ e disse ‘não estar preocupado’ com relação Brasil-China
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
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O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou nesta sexta-feira (15) que o Brasil é “um bom parceiro comercial” e, por isso, não é “incompatível” o país manter relações simultâneas com os Estados Unidos e a China.
A fala ocorre um dia depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, voltar a criticar o Brasil (leia mais abaixo), na esteira do tarifaço imposto por ele aos produtos brasileiros comprados pelos EUA. A taxa começou a valer na quarta-feira (6) da semana passada.
“O Brasil é um país que tem amizade com todos os povos — com os EUA há 201 anos, com investimentos recíprocos. E o maior comprador do Brasil é a China, isso não é incompatível. Pelo contrário, o comércio exterior aproxima os povos, estabelece respeito e ganha eficiência", avaliou Alckmin a jornalistas, em agenda em Iracemápolis (SP).
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“Ganha o conjunto da sociedade. Por isso a importância do comércio exterior e do multilateralismo — a China é o maior comprador do Brasil, maior parceiro comercial, e os EUA, o maior investidor", continuou.
O vice-presidente reforçou, ainda, que o Brasil pretende continuar o diálogo com os EUA sobre o tarifaço. Desde que a medida foi anunciada por Trump, no início de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que Alckmin conduzisse as conversas com os norte-americanos e os empresários brasileiros.
“A nova política tarifária aplicada pelo governo norte-americano ao Brasil é injusta e incompreensível. O Brasil é bom parceiro. E continua o dialogo e a negociação. O comércio exterior aproxima os povos e, por isso, o Brasil tem compromisso com o multilateralismo e com o livre comércio”, acrescentou.
Segundo Alckmin, dos 10 produtos que os EUA mais vendem para o Brasil, oito têm tarifa zero — ou seja, 74% dos itens norte-americanos exportados para o Brasil não pagam taxa.
Além disso, a tarifa média de todos os produtos dos EUA que entram em terras nacionais é de 2,7%. Ainda de acordo com o vice-presidente, desde 2008, os EUA acumulam com o Brasil mais de US$ 400 bilhões em superávit (quando há mais vendas do que compras).
“Neste ano, de janeiro a julho, as nossas exportações para os EUA cresceram 4,2%, e as exportações dos EUA para nós cresceram 12,7%“, completou Alckmin.
Declarações de Trump
Trump fez novas críticas ao Brasil nessa quinta-feira (14) e classificou o país como “um dos piores parceiros comerciais do mundo”. O republicano também condenou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Trump, o tarifaço foi uma reação a práticas comerciais brasileiras que, na avaliação dele, “sempre” prejudicaram empresas e produtores americanos.
“O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos de tarifas. Como vocês sabem, eles cobram tarifas enormes, muito mais do que cobrávamos deles. Não estávamos cobrando nada essencialmente”, comentou.
“Eles também nos trataram muito mal como parceiros comerciais por muitos e muitos anos. Um dos piores países do mundo por isso. Eles cobraram tarifas altíssimas e dificultaram muito qualquer coisa. Então, agora eles estão sendo cobrados com tarifas de 50%. Eles não estão felizes, mas é assim que as coisas são”, acrescentou o presidente americano.
Além das críticas na área econômica, Trump voltou a atenção à situação política brasileira. No fim de julho, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro.
O republicano disse conhecer pessoalmente o ex-presidente brasileiro e classificou a decisão da Justiça como uma “execução política”.
“O Brasil tem algumas leis muito ruins em vigor, onde pegaram um presidente, o colocaram na cadeia e estão tentando prendê-lo. Eu conheço o homem e vou te dizer que sou muito bom com as pessoas. Acho que ele é um homem honesto”, opinou Trump.
“Isso é realmente uma execução política que eles estão tentando fazer com o Bolsonaro. Eu acho isso terrível”, acrescentou o presidente dos EUA.
As declarações foram dadas durante entrevista à imprensa em resposta a uma pergunta sobre a aproximação de países da América Latina com a China. No entanto, Trump afirmou não estar preocupado.
“Não estou nem um pouco preocupado. Eles podem fazer o que quiserem. Sabe, nenhum deles está indo muito bem, e o que estamos fazendo em termos de economia… Estamos superando todo mundo, incluindo a China. Estamos indo melhor do que qualquer outro país do mundo agora”, concluiu.
Perguntas e respostas
O que disse o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre a relação do Brasil com os EUA e a China?
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil é “um bom parceiro comercial” e que não é “incompatível” manter relações simultâneas com os Estados Unidos e a China. Ele destacou que o Brasil tem amizade com todos os povos e que o comércio exterior aproxima as nações.
Qual foi a reação de Donald Trump em relação ao Brasil?
Donald Trump criticou o Brasil, chamando-o de “um dos piores parceiros comerciais do mundo” e expressou que não estava preocupado com a relação do Brasil com a China. Ele mencionou que a tarifa imposta aos produtos brasileiros foi uma resposta a práticas comerciais que, segundo ele, prejudicaram empresas americanas.
O que Alckmin disse sobre a política tarifária dos EUA?
Alckmin considerou a nova política tarifária dos EUA como “injusta e incompreensível”. Ele ressaltou que o Brasil continua o diálogo e a negociação com os EUA, enfatizando a importância do comércio exterior e do multilateralismo.
Quais dados Alckmin apresentou sobre as exportações entre Brasil e EUA?
Alckmin informou que, dos 10 produtos que os EUA mais vendem para o Brasil, oito têm tarifa zero. Ele também mencionou que a tarifa média dos produtos dos EUA que entram no Brasil é de 2,7% e que, desde 2008, os EUA acumulam mais de US$ 400 bilhões em superávit com o Brasil.
Como Trump se referiu à situação política no Brasil?
Trump comentou sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando-a como uma “execução política”. Ele expressou sua preocupação com as leis brasileiras que, segundo ele, permitiram essa situação.
O que Trump disse sobre a economia dos EUA em comparação com a China?
Trump afirmou que não estava preocupado com a aproximação de países da América Latina com a China, alegando que os EUA estão superando todos os países, incluindo a China, em termos econômicos.
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