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Brasil faz mais críticas aos EUA e acusa Washington de ‘intromissão inaceitável’

Governo brasileiro rejeita pedidos de Trump sobre Bolsonaro e afirma que soberania nacional ‘não estará jamais na mesa’

Brasília|Do R7, em Brasília

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Lula x Trump: carta do governo brasileiro fala de '200 anos da relação de respeito e amizade' entre os países Montagem sobre fotos de Ricardo Stuckert / PR - 10.07.2025 e Casa Branca/Divulgação - 21.02.2025

O governo brasileiro publicou nesta terça-feira (15) uma nota oficial para rebater declarações do Departamento de Estado dos Estados Unidos e da embaixada norte-americana em Brasília.

O texto, divulgado pelo Itamaraty com o título “Manifestações indevidas do governo norte-americano”, acusa Washington de interferência inaceitável em assuntos internos e defende a independência do Poder Judiciário.


“O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável”, diz o comunicado.

RESUMO DA NOTÍCIA

  • Governo brasileiro critica os EUA por "intromissão inaceitável" em assuntos internos.
  • Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, reagindo a declarações sobre Bolsonaro.
  • Brasil regulamenta a Lei da Reciprocidade para responder a práticas comerciais discriminatórias.
  • Apesar das críticas, governo se mostra aberto ao diálogo sobre questões comerciais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A nota ainda afirma que tais declarações “não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países”.


O posicionamento ocorre no momento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA a partir de 1º de agosto.

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Em carta enviada na semana passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump alegou que a medida seria uma reação aos “ataques do Brasil à liberdade de expressão” e à forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido tratado judicialmente.


Trump chamou a situação de “vergonha internacional” e disse que a “caça às bruxas” contra Bolsonaro “deveria terminar imediatamente”.

Reciprocidade e reação diplomática

Em resposta à iniciativa de Trump, o presidente Lula assinou na segunda-feira (14) o decreto que regulamenta a chamada Lei da Reciprocidade, recém-aprovada pelo Congresso.


A medida — publicada no Diário Oficial da União — permite ao Brasil adotar medidas comerciais em resposta a práticas consideradas discriminatórias, sem mencionar países de forma direta.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou a tarifa como “despropositada” e reiterou que o Brasil tem déficit comercial com os Estados Unidos há 15 anos.

“Não tem o menor sentido. Essa medida prejudica setores estratégicos dos dois lados”, afirmou Alckmin, durante reunião com representantes do agronegócio e da indústria nacional.

Comitê de crise e mobilização setorial

Nesta terça-feira (15), o governo instalou formalmente o comitê criado por Lula para monitorar os impactos da taxação e coordenar respostas diplomáticas e comerciais.

O grupo reúne integrantes do Executivo e líderes empresariais de setores com forte intercâmbio com o mercado norte-americano, como aviação, calçados, alimentos e aço.

Apesar do tom firme da nota do Itamaraty, o governo brasileiro afirma estar aberto à continuidade do diálogo bilateral sobre temas comerciais.

“O Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas desde março questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo”, diz o comunicado oficial.

O governo também reafirma que a soberania nacional “não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação”.

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