O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica, nesta sexta-feira (12), para que estados e municípios intensifiquem a vigilância em saúde para a possibilidade de transmissão vertical do vírus Oropouche. A transmissão vertical ocorre quando o bebê é infectado ainda na barriga da mãe. O alerta ocorre após o Instituto Evandro Chagas detectar a presença do anticorpo do vírus em amostras de um caso de abortamento e quatro casos de microcefalia.Nos casos estudados, os quatro recém-nascidos com microcefalia (três com um dia de vida e um com 27 dias de vida) foi detectada a presença de anticorpos da classe IgM contra OROV em amostras de soro (dois casos) e líquor (dois casos). Segundo os pesquisadores, o achado evidencia a transmissão vertical do vírus, porém as limitações do estudo não permitem estabelecer relação causal entre a infecção durante a vida intrauterina e malformações neurológicas nos bebês. “Significa que o vírus é passado da gestante para o feto, mas não é possível afirmar que haja relação entre a infecção e o óbito e as malformações neurológicas”, disse o ministério em nota. Segundo o Ministério da Saúde, até a última atualização, 7.044 casos da doença foram confirmados no Brasil, em 16 Unidades Federativas. A recomendação do Ministério da Saúde é que estados e municípios acompanhem bebês de mulheres com suspeita de arboviroses durante a gravidez e que façam a coleta de amostras em casos de abortamento. Já para as gestantes, é recomendado: A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes). O vírus foi identificado no Brasil pela primeira vez em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. A transmissão ocorre, na maioria das vezes, por mosquitos. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.Os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe tratamento específico para a febre.