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R7 Brasília

Brasil teve 93 mil atendimentos e 122 mil internações de idosos por causa de quedas em 2024

Na semana passada, o presidente Lula, que tem 78 anos, caiu no banheiro de casa e precisou levar cinco pontos na nuca

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula faz primeira reunião após acidente doméstico Ricardo Stuckert/PR - 21.10.2024

O Brasil registrou 93.518 atendimentos ambulatoriais e 122.195 internações de pessoas com 60 anos ou mais durante os primeiros oito meses de 2024 por causa de quedas. No último sábado (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no Palácio da Alvorada. Apesar da gravidade, o petista, que tem 78 anos, está bem e já retomou a agenda de trabalho.

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A pedido da reportagem do R7, o Ministério da Saúde levantou os dados relacionados aos acidentes com quedas. Em 2022, foram feitos 92.482 atendimentos ambulatoriais no SUS (Sistema Único de Saúde) e, em 2023, 120.228. A pasta destaca também que, em 2022, foram registradas 164.166 internações hospitalares e, em 2023, 176.650. Os números não correspondem ao número de pessoas, já que uma mesma pessoa pode ser atendida mais de uma vez no SUS.

Os dados envolvem as quedas registradas na Classificação Internacional de Doenças (CID) 10 – W00 e W19, uma espécie de código mundial de incidência de doenças. Nesses casos, os acidentes abrangem escorregão, tropeção ou passos em falsos; por colisão ou empurrão; enquanto estava sendo carregado ou apoiado por outras pessoas; cadeiras de rodas; qualquer tipo de mobília e afins.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), de 28% a 35% das pessoas com 65 anos ou mais caem a cada ano. O número aumenta de 32% a 42% para aqueles com mais de 70 anos. Uma das grandes preocupações do envelhecimento é o aumento no risco de quedas, que são responsáveis por 40% de todas as mortes de pessoas da terceira idade relacionadas a lesões.


No caso de Lula, o acidente doméstico ocorreu quando ele estava cortando as unhas do pé no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília. O presidente se abaixou para alcançar os pés e se desequilibrou, momento em que caiu de costas e bateu a parte de trás da cabeça. O petista levou cinco pontos na região da nuca.

Em ligação com aliado, Lula afirmou que a queda sofrida foi grave, mas que não afetou nenhuma parte mais delicada. “Eu estou cuidando, porque qualquer coisa na cabeça é muito forte. Então, eu estou aguardando, porque os médicos disseram que eu tenho que esperar pelo menos uns três, quatro dias para eles saberem qual foi o estrago que fez a batida”, disse o presidente na ocasião.


Desde o acidente, Lula tem feito exames de ressonância magnética. Consultados pela reportagem, especialistas apontam a necessidade de novas avaliações a fim de detectar a possibilidade de sangramento interno após o traumatismo craniano. O neurocirurgião e coordenador da área de neurocirurgia em um hospital particular da capital federal André Meireles Borba explica que o impacto da contusão é mostrado nos exames que serão feitos ao longo dos dias.

“Geralmente há uma transferência de energia na hora que sofre a queda. Há um mecanismo de aceleração e desaceleração quando o crânio bate no solo. E esse movimento pode chocalhar por dentro, o que pode levar a uma lesão, seja do tecido cerebral ou das estruturas. Então a questão é saber o quanto de energia não foi transferida para dentro do crânio, o quanto teve de impacto da contusão que foi para dentro do cérebro. E isso vai ser mostrado nos próximos exames”, explica o médico.


Agora, Lula deve realizar novos exames na próxima sexta-feira (25). “O exame de imagem está estável em comparação ao anterior, com a programação de realizar novo exame de controle em 72h. Encontra-se apto a exercer sua rotina de trabalho. Permanece sob acompanhamento de equipe médica, sob os cuidados do Prof. Dr. Roberto Kalil Filho e da Dra. Ana Helena Germoglio”, diz o boletim médico de terça-feira (22).

Integrantes do governo disseram que Lula está bem e ativo. “O presidente está muito ativo e superbem. O presidente, em nenhum momento, perdeu qualquer nível de consciência, [ou teve] desorientação. Ele mesmo que, ao cair, procurou fazer contato com a equipe do Palácio do Alvorada de primeiros cuidados. É algo muito positivo em acidente como esse”, disse o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

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