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R7 Brasília

Carlos Vieira é oficializado como novo presidente da Caixa Econômica

O economista e funcionário de carreira da instituição é ligado ao deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Carlos Antônio Vieira Fenandes, novo presidente da Caixa
Carlos Antônio Vieira Fenandes, novo presidente da Caixa

O economista Carlos Antônio Vieira Fernandes foi oficializado no cargo de presidente da Caixa Econômica Federal. O decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi publicado na edição extra do Diário Oficial da União desta sexta-feira (3). A troca de comando da instituição financeira faz parte de uma articulação política para acomodar o centrão. Vieira é ligado ao deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados. 

O anúncio de que Vieira assumiria o comando já havia sido feito em 25 de outubro, após a demissão de Rita Serrano do cargo. O economista é funcionário de carreira da Caixa e foi ministro interino do Ministério das Cidades e da Integração Nacional durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

Em agosto de 2020, ao ser sabatinado por deputados distritais na Câmara Legislativa do DF (CLDF) para assumir o cargo de diretor-presidente da BRB Crédito Financeiro e Investimentos, Fernandes declarou não ter vinculação a nenhum partido. "A minha dedicação não está vocacionada apenas na minha experiência, mas sim no que vejo de tão positivo e profícuo que está sendo construído nessa instituição", disse à época.

Funcionário de carreira da Caixa desde 1982, ele chegou a assumir a superintendência regional do banco na Paraíba, estado onde nasceu, por seis anos. O futuro presidente da estatal tem 62 anos e é formado em economia e estudos sociais. Ele já foi presidente do Conselho de Administração da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre SA (Trensurb).


Disputas

Na nota de demissão de Rita Serrano, o Palácio do Planalto destacou que ela cumpriu a missão de recuperação da gestão e da cultura interna da Caixa, com a valorização dos funcionários e a retomada do papel do banco em políticas sociais, "ampliando os financiamentos para habitação, infraestrutura e agronegócio".

No fim de setembro, Rita Serrano declarou que a discussão sobre uma eventual saída do posto era respondida com "muito trabalho". "Desde que assumi, a única orientação que o presidente Lula me deu até então é para continuar trabalhando. O número que demos hoje mostra o resultado desse trabalho, que é da Caixa, mas orientado pelo governo federal. A Caixa atingiu a marca histórica de carteira de R$ 700 bilhões em habitação. Então, todo esse debate é respondido com trabalho", afirmou à época, quando questionada sobre a pressão para deixar o cargo.


Dois dias antes da declaração da então presidente da Caixa, Lula afirmou que possíveis mudanças na instituição, para dar mais espaço ao centrão, não deveriam ocorrer "por enquanto". Os partidos que compõem o grupo têm cobrado mais presença em ministérios e órgãos públicos de maior visibilidade a fim de garantir governabilidade ao presidente em votações no Congresso Nacional.

A pressão levou Lula a trocar os titulares em duas pastas, no início de setembro. Os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) agora são, respectivamente, ministros do Esporte e de Portos e Aeroportos.

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