Chacina no DF: suspeito indicou local onde novos corpos foram encontrados
Cadáveres são de duas mulheres e um homem; chácara fica a 5 km de onde família de cabeleireira era mantida em cativeiro
Brasília|Karla Beatryz*, do R7, em Brasília
Um dos suspeitos de participar do desaparecimento da família da cabeleireira Elizamar da Silva colaborou com a Polícia Civil para apontar a região onde três corpos foram encontrados na madrugada desta terça-feira (24), em Planaltina, no Distrito Federal. O delegado Ricardo Viana, responsável pelo caso, disse ao R7 que os corpos estavam a 5 km do cativeiro onde os sogros e a cunhada de Elizamar foram mantidos.
As buscas na região aconteciam em sigilo, para não comprometer a investigação do caso. Os corpos, de duas mulheres e um homem, estavam dentro de uma fossa séptica seca, coberta com terra. A Polícia Civil acredita que os novos corpos encontrados sejam de Thiago Gabriel (marido de Elizamar), Cláudia Regina (ex-esposa de Marcos Antônio, sogro de Elizamar) e Ana Beatriz Marques (filha de Marcos e Cláudia).
Veja local onde os corpos foram achados:
Corpos Identificados
Com as novas vítimas, são dez corpos encontrados. Desse total, cinco já foram identificados. São os de Elizamar da Silva, os três filhos menores de idade e de Marcos Antônio, sogro da cabeleireira. O corpo de Marcos Antônio foi encontrado na última quarta-feira (18) em um terreno onde parte das vítimas eram mantidas em cárcere privado. De acordo com a polícia, Marcos foi esquartejado e enterrado no local.
A polícia aguarda a identificação de cinco corpos, sendo dois femininos, encontrados carbonizados na rodovia BR-251, em Unaí (MG), no Entorno do DF. A suspeita é de que os corpos sejam de Renata Belchior e Gabriela Belchior, sogra e cunhada de Elizamar, respectivamente. A Polícia também aguarda a identificação dos três corpos encontrados na cisterna nesta terça-feira (24).
O cativeiro
Uma casa em Planaltina (DF) foi usada para manter Renata e Gabriela Belchior em cárcere privado. O suspeito, identificado como Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos, foi preso suspeito de ter sido responsável por vigiar as vítimas no local. Em 18 de janeiro, um corpo foi encontrado enterrado no terreno e, mais tarde, foi identificado como sendo de Marcos Antônio, sogro da cabeleireira.
Após a identificação do corpo, a polícia realizou outras buscas no local. Segundo a corporação, foram encontrados um saco plástico com vestígios de sangue e, no terreno, cimento fresco. Nesta segunda-feira (23), a polícia civil divulgou um vídeo que mostra dois carros saindo do cativeiro.
Os veículos deixam a casa, em Planaltina, por volta de 1h14 de 14 de janeiro. Horas depois, um dos carros foi carbonizado com dois corpos dentro, na BR-251, em Unaí. O automóvel foi encontrado no dia 16 de janeiro.
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Família atraída para chácara
O delegado Ricardo Viana disse que um bilhete atraiu os familiares da cabeleireira Elizamar da Silva para uma chácara, onde teria começado a chacina. A mensagem foi encontrada pela polícia durante as investigações. Segundo Ricardo, o recado foi deixado para Thiago Gabriel, marido de Elizamar. Na mensagem, um dos suspeitos pede que ele vá ao local acompanhado da esposa e dos três filhos.
Veja a mensagem:
"Chefe, como está seu dia? Vou precisar de ajuda urgente. Thiago, tem como você vir na chácara que vou explicar o que aconteceu. Se puder vir hoje com a Liza [Elizamar] e os meninos", diz a mensagem. A polícia também encontrou folhas de caderno com anotações dos nomes das vítimas, contas bancárias e senhas com os suspeitos.
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Suspeito foragido
A Polícia Civil já prendeu três suspeitos de ligação com o caso da família carbonizada. Horácio Barbosa, Gideon Menezes e Fabrício Canhedo foram ouvidos durante as audiências de custódia e tiveram as prisões mantidas pela Justiça na última quinta-feira (22).
Ao todo, 52 policiais Polícia Civil do DF foram destacados para as buscas das vítimas e do quarto suspeito envolvido na chacina, Carlomam dos Santos Nogueira. Equipe policial, helicópteros e cães farejadores são usados na investigação.
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À Record TV, o delegado Ricardo Viana afirmou que existe a possibilidade de que o serviço de recompensa seja acionado para que as autoridades consigam prender o quarto suspeito. Em 2018, uma investigação apontou que Carlomam tinha uma ligação com o PCC, maior organização criminosa do Brasil.
*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro.