A CREA (Comissão de Relações Exteriores) do Senado vai ouvir, em 3 de abril, o ministro das Relações Exteriores, chanceler Mauro Vieira. Entre os assuntos a serem tratados, estão as tarifas impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, a produtos importados, como aço e alumínio, com impacto direto no Brasil.Na semana passada, o presidente da CREA, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), conversou por telefone com o ministro, marcando a ida do chanceler nesta semana ao colegiado. Contudo, em virtude de uma viagem oficial, o chanceler teve de adiar o encontro para abril e, após a publicação desta reportagem, a equipe do senador informou sobre a mudança. A audiência está prevista para começar às 10h.A ideia da comissão é atuar ao lado do governo federal para encontrar soluções a fim de solucionar a questão. “A audiência ocorre no momento em que o Brasil busca respostas para os desafios impostos pelo comércio global e pelo aumento do protecionismo”, informou em nota Trad.Além disso, o senador ressaltou que as barreiras impostas pelos EUA afetam diretamente o seu estado, evidenciando a necessidade de uma política comercial estruturada.“Nosso estado tem um potencial extraordinário, mas sem uma estratégia clara, ficamos vulneráveis a barreiras que poderiam ser evitadas com uma atuação mais coordenada. Precisamos garantir segurança e previsibilidade para nossos produtores e exportadores”, afirmou o presidente da CREA.Após assumir o mandato na Casa Branca em janeiro, Trump informou que iria impor uma taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A cobrança passou a valer na quarta (12).O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano, teve vendas de quase R$ 19 bilhões no ano passado.No âmbito diplomático, o Brasil não deve reagir às tarifas. A ideia é tentar diminuir o impacto da nova medida por meio do diálogo.No domingo (16), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o país pode iniciar negociações bilaterais sobre as tarifas.Representantes do governo brasileiro, liderados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), têm dialogado com membros do governo americano para chegar a um acordo. Contudo, até o momento, não houve qualquer anúncio.