Corrida eleitoral provoca saída em massa do governo do DF
Pelo menos seis secretários e 11 administradores regionais deixaram o governo; a maioria, entre quinta (31) e sexta-feira (1º)
Brasília|Jéssica Moura e Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Com o fim do prazo para que gestores públicos deixem seus cargos para disputar as eleições de outubro, o governo do Distrito Federal trocou ao menos seis secretários de Estado e 11 administradores regionais. Eles vão concorrer às eleições em outubro, e a data-limite para sair do governo é este sábado (2).
O governador Ibaneis Rocha (MDB), no entanto, vem publicando exonerações desde quinta-feira (31). Um dos nomes com forte atuação no Executivo local é o da agora ex-secretária de Justiça e Cidadania Marcela Passamani (PL), que vai disputar uma vaga de deputada federal.
A data de 2 de abril é importante pois marca os seis meses que antecedem a disputa eleitoral e configura o período mínimo para a chamada "desincompatibilização". Quem estiver em um cargo público e quiser se eleger, precisa se afastar da função. As trocas começaram com uma série de administradores regionais ainda na quinta-feira.
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Na última quinta (31), a então secretária da Mulher, Ericka Filippelli, desembarcou da pasta para disputar uma vaga na Câmara Legislativa. Ericka, que integrava os quadros do MDB, partido do governador Ibaneis Rocha, e do sogro, Tadeu Filippelli, está em busca de uma nova legenda. Na sexta (1), os outros secretários e administradores deixaram o governo.
Secretários
Ericka e Passamani não são exceções: outros integrantes do primeiro escalão do governo vão concorrer em outubro. Agora ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Gilvan Máximo também saiu do cargo. Ele vai participar da corrida à Câmara dos Deputados pelo Republicanos. Vanessa Mendonça, que comandava a secretaria de Turismo, filiou-se ao MDB para disputar uma vaga de distrital.
Outros querem uma das oito cadeiras da Câmara dos Deputados, entre eles o ex-secretário de Atendimento à Comunidade Severino Cajazeiras. Além de sair do governo, Cajazeiras trocou de legenda. Depois de quatro anos no Avante, do vice-governador Paco Britto, Cajazeiras agora integra o Pros. "Uma das condições para eu ir, foi que o partido apoiasse Ibaneis", declarou.
Apoio de peso
Impulsionada pela ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL), provável candidata ao Senado, Marcela Passamani filiou-se ao PL em março. A ex-secretária de Justiça e Cidadania se apresenta como sucessora da aliada na Câmara dos Deputados. O evento de filiação da ex-secretária selou a aliança do MDB local com o PL, que pode dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro, apesar de a legenda ter a senadora Simone Tebet como nome principal para disputar a Presidência, concorrendo com Bolsonaro.
Também no mês passado, o então secretário extraordinário da Família, Martins Machado (Republicanos), abdicou do comando da pasta e retornou à Câmara Legislativa do DF. Ele, que foi o distrital mais votado no pleito de 2018, vai tentar se reeleger pelo Republicanos.
Administrações regionais
As mudanças atingem pelo menos 11 administrações regionais. O delegado Fernando Fernandes, que estava à frente de Ceilândia, foi exonerado do posto e voltou à Câmara Legislativa ainda na terça-feira. Ele foi o segundo mais votado nas últimas eleições e vai concorrer novamente a distrital pelo Pros.
Pelo mesmo partido, a agora ex-administradora do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento Vânia Gurgel vai concorrer, pela segunda vez, a uma cadeira de distrital. Ela foi indicada ao cargo pelo presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB). Alan Valim, que cheficou a administração de São Sebastião, também foi exonerado para disputar o pleito.
Gustavo Aires, que administrava Samambaia, também será candidato à distrital pelo MDB. O pai dele, Odilon Aires, foi um dos fundadores da legenda no DF. O bispo Renato Andrade, por sua vez, deixou a administração de Taguatinga, depois de 19 meses no comando da região administrativa. O objetivo é concorrer a distrital pelo PL. Daniel de Castro pediu exoneração da administração de Vicente Pires, filiou-se ao PP e também vai disputar uma vaga na Câmara Legislativa.
Sergio Damasceno, que se afastou da administração do Paranoá em março, não voltou para o órgão para participar da corrida eleitoral. Outros administradores que deixaram o cargo na última sexta-feira (1º) visando as eleições são Ana Maria Silva, do Riacho Fundo 2; Carlos Dalvan, do Recanto das Emas; e Telma Ruffino, de Arniqueira.
Outros setores
As mudanças também atingiram outras áreas do governo. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Márcio Vasconcellos, deixou o cargo e vai tentar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo MDB. Em seu lugar, assumiu Fábio Augusto Vieira. O diretor do Detran, Zelio Maia, também foi exonerado para participar do pleito de outubro na disputa por uma vaga de deputado federal, também pelo MDB. Quem o substitui interinamente é Thiago Gomes Nascimento, que antes ocupava a Diretoria de Planejamento, Orçamento e Finanças.
Lista
Veja a lista dos secretários exonerados:
• Erika Filippelli, secretária da Mulher;
• Gilvan Máximo, secretário de Ciência e Tecnologia;
• Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania;
• Martins Machado, secretário extraordinário da Família;
• Severino Cajazeiras, secretário de Atendimento à Comunidade;
• Vanessa Mendonça, secretária de Turismo;
Veja a lista de administradores que deixaram o cargo para concorrer às eleições.
• Alan Valim, administrador de São Sebastião;
• Ana Maria Silva, administradora do Riacho Fundo 2;
• Carlos Dalvan, administrador do Recanto das Emas;
• Daniel de Castro, administrador de Vicente Pires;
• Fernando Fernandes, administrador de Ceilândia;
• Gustavo de Almeida Aires, administrador de Samambaia;
• Jesiel Costa Rosa, administrador de Brazlândia;
• Marcelo Ferreira da Silva, administrador do Lago Norte;
• Renato Andrade, administrador de Taguatinga;
• Telma Rufino, administradora de Arniqueiras;
• Vania Gurgel, administradora do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento.