Criança quase tem dedo decepado em creche no Distrito Federal

Uma criança de 2 anos e 11 meses quase perdeu a ponta do dedo após acidente em uma creche no Distrito Federal. O pequeno Ícaro Miguel teve os dedos da mão prensados entre uma porta e a parede, que tinha uma placa de folha de zinco. A peça de metal serviu como uma lâmina, atingindo o dedo mindinho, o dedo anelar, que teve uma fratura exposta, e o dedo médio. Embora haja câmera de segurança no local, a escola não foi atrás das imagens.

O caso aconteceu no Centro de Ensino de Primeira Infância (Cepi) Araçá Mirim, em Sobradinho 2, em 27 de abril, por volta de 16h20, próximo ao horário de saída. Outra criança teria aberto a porta que bateu na mão de Ícaro. A mãe do pequeno, a auxiliar de saúde bucal Silvia Helena Soares Matte, 37 anos, procurou a Polícia Civil e pretende acionar a Justiça contra a Secretaria de Educação.

Ela conta que, depois do incidente, não foi procurada nem pela direção da creche e nem pela Regional de Ensino. Silvia mostrou ao R7 o documento que recebeu do estabelecimento de ensino, justificando o motivo de a instituição não ter guardado as imagens do acidente. Segundo o posicionamento, as imagens só ficam registradas por sete dias e a mãe só pediu o registro nove dias depois do incidente.

“Diante do fato ocorrido e com o mal-estar gerado em toda a equipe com essa situação, não foi do interesse dos funcionários rever as imagens assim como salvá-las imediatamente”, justifica o documento. A mãe, porém, ficou com o filho internado por quatro dias no Hospital Regional de Sobradinho. Ele teve alta dia 30, mas começou acompanhamento médico para evitar que o dedo anelar necrosasse.

Ferimento grave

Silvia só conseguiu procurar a escola para saber o que aconteceu depois que o filho saiu do hospital. Ela destaca que a fratura no dedo anelar foi grave. “Rompeu tendão, nervo, vaso, tudo. O risco era de necrose. Graças a deus, não aconteceu. O acompanhamento continua. Fomos dia 13 [sexta-feira] novamente. Ele tirou os pontos. Provavelmente ele não vai ter mais movimentação da ponta do dedo”, relatou.

Ainda de acordo com a mãe, no dia do acidente, a turma contava com duas monitoras, mas a professora não estava. Por meio de nota, a secretaria destacou que retirou as placas de zinco das paredes da creche. Informou, ainda, que logo após o incidente, “a direção da unidade entrou em contato com os pais e chamou os primeiros socorros”.

“A equipe tem dado todo apoio à criança desde quando houve o episódio. As folhas que serviram como lâmina já foram retiradas de todas as portas da instituição”, encerra a nota da secretaria.