'Defesa da democracia deveria ser de todos, sem exceção', diz Pacheco
Para presidente do Senado, 'é inimaginável pensar que estejamos a defender o Judiciário de ataques sem fundamento'
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (12) que é preciso defender a democracia em tempos de atentados nocivos à sociedade brasileira. A declaração foi dada durante seu discurso na abertura do Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador (BA).
Segundo Pacheco, é preciso haver o fortalecimento das instituições. "É difícil pensar que, em pleno ano de 2022, com todos os problemas que temos no país, ainda precisamos ter a energia necessária para defender a democracia, que já está assimilada na sociedade e que, na verdade, deveria ser uma defesa de todos, sem exceção."
Para Pacheco, "é inimaginável pensar que a esta altura estejamos a defender o Poder Judiciário de ataques sem fundamento e razoabilidade", que classificou de atentados à sociedade. "Esse ambiente em que estamos hoje de certa instabilidade, de ataques antidemocráticos, de arroubos que parecem populares para determinado grupo, mas, na verdade, são atentados muito nocivos à sociedade brasileira, nós temos obrigação da união, do respeito, da responsabilidade de cada um de nós", afirmou o senador.
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As declarações do presidente do Senado vieram em meio a uma crise entre os Poderes Executivo e Judiciário. Pacheco tem se encontrado com chefes dos outros Poderes, em um momento de grande instabilidade. No início deste mês, ele se reuniu com o presidente do STF, Luiz Fux, em apoio à Corte após manifestações antidemocráticas que pediam o fechamento do Supremo, ocorridas em 1º de maio. No mês passado, ele se encontrou com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, e defendeu o bom trabalho da Corte.
Nas manifestações antidemocráticas de 1º de maio, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) participou de um ato no Rio de Janeiro que reuniu apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que protestavam contra o Supremo Tribunal Federal. Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por tentar impedir o funcionamento das instituições e por coação no curso do processo. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro perdoou totalmente a pena, concedendo a ele o benefício da "graça".