Defesa usa poemas como ‘prova dos 9′ de que Paulo Sérgio é inocente: ‘Sofreu ataques’
Fala foi feita durante o segundo dia do julgamento dos réus do ‘núcleo crucial’ da trama golpista
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
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Durante a argumentação da defesa do general Paulo Sérgio Nogueira, réu no julgamento sobre a trama golpista, o advogado Andrew Fernandes citou poemas como “Eneida”, de Virgílio, e “Juca Pirama”, de Gonçalves Dias, para provar a inocência do militar. Segundo ele, a ‘prova dos nove′ de que o general não fazia parte de uma organização criminosa era o fato dele ter “sofrido ataques”.
Os ataques virtuais teriam sido motivados pela ‘sabida postura democrática’ do militar. Fala foi feita nesta quarta-feira (3) no STF (Supremo Tribunal Federal) durante o segundo dia do julgamento do “núcleo crucial”.
“Acredito que o ministro [Luiz] Fux, que eu já vi trazer os versos de Gonçalves Dias algumas vezes e tem uns versos de Gonçalves Dias que eu gosto muito, que é aquele Juca Pirama. Diz mais ou menos assim: Guerreiros nasci, sou bravo, sou forte e digo eu, sou filho do nordeste”, disse.
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A fala foi feita ao comparar a “força” e história de vida do general Paulo Sérgio com o trecho do poema. Segundo Fernandes, o militar “tomou uma decisão difícil” ao ter que sair de casa para estudar em um internato longe da família.
Além do poema de Dias, o advogado usou “Eneida” para dar continuidade a sua sustentação. “Eu ousaria dizer que o grande Virgílio da Eneida se olhasse para o general Paulo Sérgio, essa decisão difícil que teve que tomar aos 11 anos, falaria para ele: ´Você fez bem. Muito bem, general Paulo Sérgio’. E como ele diz na Eneida: ‘Cresce em valor, meu jovem, que assim que nós chegamos aos astros’.
Nesta fala, Fernandes atribui ao “sucesso” na carreira do militar.
Defesa de Paulo Sérgio
O advogado contestou, ainda, as acusações e reafirmou a postura “democrática” do cliente, além do posicionamento contrário ao golpe de Estado.
“Ele atuou ativamente para demover o ex-presidente da República de qualquer medida nesse sentido. Ele não fazia parte dessa organização criminosa”, afirmou.
Moraes e Gonet
No primeiro dia de julgamento, que ocorreu nesta terça-feira (2), a sessão foi marcada pela leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes e pela sustentação oral pela PGR (Procuradoria-Geral da República.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou suas argumentações. Ele analisou que um golpe pode vir de fora da estrutura de poder ou de dentro, como já foi provado historicamente.
O PGR afirmou que o “golpe já estava em curso” durante reuniões ministeriais feitas durante o governo Bolsonaro. “Quando o presidente e o ministro da defesa reúnem os comandantes das forças armadas, que estão sob sua direção, a executar fases finais do golpe, o golpe ele mesmo já está em curso de realização”, disse.
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“Esses eventos desvendam não uma maquinação desgarrada da realidade prática, tampouco meros atos de cogitação, mas a colocação em marcha de um plano de operação antidemocrática, ofensiva ao bem jurídico tutelado pelo Código Penal”, continuou o PGR.
Já Moraes, disse que o país e o STF lamentam que tenha se tentando um golpe de Estado, mas que a sociedade e as instituições mostraram força e resiliência. Também defendeu que o julgamento seguiu o devido processo legal, com ampla defesa e o contraditório.
“Havendo prova da inconsciência ou mesmo qualquer dúvida razoável sobre a culpabilidade dos réus, estes serão absolvidos. Assim se faz a Justiça”, declarou.
Perguntas e Respostas
Qual foi a estratégia da defesa de Paulo Sérgio Nogueira durante o julgamento?
A defesa do general Paulo Sérgio Nogueira utilizou poemas, como “Eneida” e “Juca Pirama”, para argumentar a inocência do militar. O advogado Andrew Fernandes afirmou que a “prova dos 9” de que o general não fazia parte de uma organização criminosa era o fato de ele ter “sofrido ataques” virtuais devido à sua postura democrática.
O que o advogado disse sobre os ataques sofridos por Paulo Sérgio?
O advogado mencionou que os ataques virtuais foram motivados pela “sabida postura democrática” do general. Ele comparou a força e a história de vida do general com trechos dos poemas citados, ressaltando a decisão difícil que Paulo Sérgio tomou ao sair de casa para estudar em um internato.
Quais poemas foram citados pelo advogado e qual foi o contexto?
O advogado citou “Juca Pirama” de Gonçalves Dias e “Eneida” de Virgílio. Ele usou esses poemas para ilustrar a força e a trajetória do general, afirmando que Virgílio, se olhasse para Paulo Sérgio, diria que ele fez uma boa escolha ao enfrentar desafios desde jovem.
Como a defesa contestou as acusações contra Paulo Sérgio?
A defesa contestou as acusações, reafirmando a postura democrática do general e seu posicionamento contrário ao golpe de Estado. O advogado afirmou que Paulo Sérgio atuou ativamente para dissuadir o ex-presidente da República de qualquer medida golpista, enfatizando que ele não fazia parte da organização criminosa.
O que foi discutido no primeiro dia do julgamento?
No primeiro dia do julgamento, o ministro Alexandre de Moraes leu o relatório e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou suas argumentações. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, analisou que um golpe pode ocorrer tanto de fora quanto de dentro da estrutura de poder, afirmando que o golpe já estava em curso durante reuniões ministeriais do governo Bolsonaro.
Qual foi a posição do procurador-geral sobre o golpe?
O procurador-geral afirmou que o golpe já estava em andamento durante as reuniões ministeriais e que a reunião entre o presidente e o ministro da defesa com os comandantes das forças armadas indicava a execução de um plano antidemocrático.
O que disse o ministro Alexandre de Moraes sobre o golpe de Estado?
O ministro Alexandre de Moraes lamentou a tentativa de golpe de Estado, mas destacou que a sociedade e as instituições demonstraram força e resiliência. Ele defendeu que o julgamento seguiu o devido processo legal, garantindo ampla defesa e contraditório.
Qual é a posição do STF em relação à culpabilidade dos réus?
O STF declarou que, se houver prova da inocência ou qualquer dúvida razoável sobre a culpabilidade dos réus, eles serão absolvidos, reafirmando o compromisso com a Justiça.
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