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R7 Brasília

Depois de ter sido expulso em 2020, Ricardo Salles volta ao partido Novo

Tribunal Superior Eleitoral validou nesta semana a desfiliação do parlamentar do PL; de volta ao Novo, ele deve concorrer ao Senado

Brasília|Do R7, com informações da Agência Estado


Salles deve concorrer ao Senado pelo partido Novo José Cruz / Agência Brasil

O deputado Ricardo Salles, se filiou novamente ao partido Novo na manhã deste sábado (3). Salles já foi filiado ao partido entre 2018 e 2020, quando foi expulso devido ao cargo de ministro do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De volta ao Novo, o deputado deve concorrer ao Senado em 2026. Um dos possíveis adversários dele na disputa é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

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O Tribunal Superior Eleitoral validou nesta semana a desfiliação do parlamentar do PL. Salles precisou enviar ao TSE uma carta de anuência assinada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para conseguir deixar o partido. O documento evita que ele perca o mandato ao se desfiliar da sigla.

Ao TSE, o deputado disse que decidiu deixar o PL após “rusgas internas”. Ele decidiu sair do PL após ter a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo preterida. Mesmo tento o apoio público de Bolsonaro, Valdemar preferiu construir a aliança com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Punição pela Comissão de Ética Pública

Em julho do ano passado, a Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República puniu em razão de uma série de viagens que fez a São Paulo, seu reduto eleitoral, com dinheiro público. Como ministro do Meio Ambiente, entre janeiro de 2019 e junho de 2021, Salles realizou mais de 130 viagens nacionais. Dessas, 90 foram para São Paulo.


De acordo com a Comissão de Ética, as idas de Salles a São Paulo, sobretudo nos fins de semana, ocorriam sem os devidos registros dos compromissos públicos em sua agenda oficial, o que contraria o princípio da transparência. O colegiado identificou a ocorrência de infração ética pelo ex-ministro.

Procurado na época pela reportagem, Salles afirmou que foram prestadas as informações à CEP de que durante a pandemia, com escassez de voos diretos, “praticamente todos os voos para as diferentes regiões do Brasil partiam de SP, o que foi ignorado pela decisão”.


A reportagem informou ao deputado que parte das viagens a São Paulo era feita na quinta ou sexta-feira, e o ex-ministro voltava a Brasília somente no início da semana seguinte. “Não é verdade”, respondeu Salles. “Tinham viagens pelo interior de São Paulo, Sul do Brasil, Minas, Mato Grosso do Sul, etc. Isso sem falar que São Paulo é a cidade onde estão as entidades, associações, empresas, e que durante a pandemia tinham muita dificuldade em ir para Brasília”, acrescentou.

Em junho do mesmo ano, a Comissão de Ética Pública abriu um procedimento contra Salles por suposta interferência na atuação da Polícia Federal. Ele foi alvo da Operação Akuanduba, em maio de 2021, por supostamente ter atuado em favor de madeireiros ilegais. Um mês antes, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva foi afastado da chefia da Superintendência do Amazonas após acusar o então ministro do Meio Ambiente de obstruir uma investigação que resultou em uma apreensão histórica de madeira ilegal.


Denúncia do Ministério Público Federal

Em setembro de 2023, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Salles por suposto envolvimento em esquema de exportação de madeira ilegal. Além de Salles, foram denunciados pelo MPF o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outras 20 pessoas, entre servidores públicos e empresários do setor madeireiro. A denúncia foi recebida nesta segunda-feira (28) pela 4ª Vara Federal do Pará.

Madeira sem documentação retida nos Estados Unidos

Em março de 2020, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil encaminhou à Polícia Federal documentos produzidos pela autoridade de Pesca e Vida Selvagem dos EUA com informações sobre a apreensão no porto de Savannah, no estado da Geórgia, de três cargas de produtos florestais sem documentação.

De acordo com o MPF, servidores do Ibama emitiram certidões e ofício sem valor jurídico para promover o desembaraço da madeira apreendida nos Estados Unidos, mas, “em razão da evidente ilegalidade, a documentação emitida não foi aceita pelas autoridades norte-americanas”.

A denúncia diz ainda que “servidores que atuaram em prol das exportadoras foram beneficiados pelo ministro [Ricardo Salles] com nomeações para cargos mais altos, ao passo que servidores que se mantiveram firmes em suas posições técnicas foram exonerados por ele”.

Ainda segundo o MPF, “a autoridade policial afirmou na sua representação que a mais alta cúpula do Ministério do Meio Ambiente e a alta direção do Ibama manipularam pareceres normativos e editaram documentos para, em prejuízo do interesse público primário, beneficiar um conjunto de empresas madeireiras e empresas de exportação que tiveram cargas de madeira apreendidas nos Estados Unidos”.

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