Deputado pede ação das Forças Armadas após decisão contra Bolsonaro
Coronel Chrisóstomo (PL-RO) disse se orgulhar de militares em 1964; líder do partido no Senado minimizou referência a golpe
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) pediu nesta sexta-feira (18) por uma ação das Forças Armadas e cobrou que militares estejam “do lado do povo brasileiro”.
Chrisóstomo fez a declaração em meio às críticas de oposicionistas às restrições impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como ter que usar tornozeleira eletrônica e não poder sair de casa durante a noite.
“Eu só quero fazer o último pedido aqui agora para as Forças Armadas. Eu sou das Forças Armadas, me orgulhava das Forças Armadas, me orgulhei das Forças Armadas em 1964, embora ainda fosse menino, criança. Hoje eu quero dizer o seguinte: Forças Armadas, estejam ao lado do povo brasileiro. Estejam ao lado da democracia”, afirmou o deputado.
O ano de 1964, citado por Chrisóstomo, é o de início da ditadura militar no Brasil, que durou até 1985. O deputado, no entanto, disse que em nenhum momento defendeu qualquer tipo de ruptura democrática.
“Ao mencionar as Forças Armadas e o ano de 1964, fiz referência ao papel histórico da imprensa naquele período, que, à época, esteve ao lado da população, divulgando os fatos com coragem e responsabilidade. Não se tratava de exaltar regimes de exceção, mas sim de destacar a importância de uma imprensa livre e comprometida com o povo”, disse (leia a íntegra da manifestação dele ao fim da reportagem).
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Em outra frente, o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), minimizou que a fala defendesse a ditadura militar. O senador disse que a fala é de caráter individual e não representa o partido.
“O que a gente quer é democracia, o que a gente não tem no país hoje é uma democracia real. Hoje, há exilados políticos. O que a gente está dizendo aqui é que a sociedade, onde se inclui a imprensa, onde se inclui também as Forças Armadas, que todos olhem para o que está acontecendo, porque o mundo está olhando, e não são os Estados Unidos apenas”, afirmou Portinho.
O que diz o deputado Coronel Chrisóstomo
Diante da repercussão sobre minha fala na coletiva de imprensa desta sexta-feira (18/07), venho esclarecer e reafirmar meu posicionamento.
Em nenhum momento defendi qualquer tipo de ruptura democrática. Ao mencionar as Forças Armadas e o ano de 1964, fiz referência ao papel histórico da imprensa naquele período, que, à época, esteve ao lado da população, divulgando os fatos com coragem e responsabilidade. Não se tratava de exaltar regimes de exceção, mas sim de destacar a importância de uma imprensa livre e comprometida com o povo.
Reafirmo que as Forças Armadas devem cumprir seu papel constitucional com altivez, isenção e responsabilidade, sem se envolver em disputas políticas. Ressalto, no entanto, que é urgente garantir os recursos necessários para que nossos militares possam seguir protegendo a soberania nacional, garantindo a ordem e apoiando a população em situações emergenciais.
Minha atuação parlamentar é pautada pela defesa da liberdade, da Constituição e do Estado Democrático de Direito. Repudio qualquer forma de autoritarismo — seja militar, judicial, digital ou ideológico. A democracia só é plena quando o povo pode se expressar livremente, a imprensa pode noticiar sem medo, e os parlamentares podem representar seus eleitores com independência.
É preciso que a imprensa siga sendo vigilante, crítica e comprometida com a verdade, como aliada do povo brasileiro e não de qualquer poder ou ideologia.
Relembro, com preocupação, o episódio de 8 de janeiro de 2023. Naquele momento, milhares de brasileiros foram tratados de maneira generalizada e excessiva. Defendo que qualquer responsabilização seja feita com base individual, respeitando o devido processo legal, jamais por conveniência política ou pressão institucional.
Nos últimos anos, temos observado a tentativa de silenciar temas sensíveis. Palavras como “Forças Armadas”, “povo brasileiro” e até “democracia” passaram a ser tratadas como tabu, o que é inadmissível numa sociedade livre.
Por fim, reafirmo meu compromisso inabalável com a Constituição Federal, com as instituições democráticas, com a liberdade do cidadão e com a verdade. O Brasil precisa de união, não de divisão. Que todos estejamos ao lado do povo brasileiro — com coragem, equilíbrio e responsabilidade.
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