DF tem alta nos casos de feminicídio em relação a 2024
Doze casos foram confirmados no 1º semestre de 2025, e outros dois estão sob investigação; recorde foi em 2023, com 30 crimes
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Entre janeiro e julho deste ano, o Distrito Federal registrou 12 casos de feminicídio, com outros dois ainda sob análise. Esse número é maior que o contabilizado no mesmo período do ano passado, quando 10 crimes do tipo aconteceram. Desde 2015 — quando o crime foi tipificado — o DF já teve 221 episódios de feminicídio, com 215 confirmados e seis em análise.
O ano com mais feminicídios no Distrito Federal foi 2023, quando 30 mulheres foram mortas em razão do gênero. Antes disso, a maior marca era de 2019, com 29 crimes. Em 2020, houve redução de cerca de 40%, com 17 ocorrências. O número voltou a subir em 2021, chegando a 23, e caiu novamente em 2022, com 17.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) atribui essa oscilação nos números a fatores sociais. A subsecretária de Prevenção à Criminalidade, Regilene Rozal, afirma que o feminicídio é um crime de difícil prevenção por acontecer muitas vezes dentro de lares e em ambiente familiar.
“Tem esse viés social e cultural que não se muda da noite para o dia, mas é importante considerar que a proteção tem sido levada de forma mais ampla às mulheres que precisam ser atendidas, que estão em situação de violência”, relata.
Casos em 2025
Neste ano, abril e junho tiveram três casos de feminicídio cada, enquanto janeiro, fevereiro, março e maio registraram dois cada.
Até a data da publicação desta reportagem, nenhuma ocorrência tinha sido confirmada em julho.

Em 2024, janeiro foi o mês com a maior quantidade de casos (4), seguido de maio (3) e fevereiro, junho e julho, com um caso cada. No total, foram 22 feminicídios no DF no ano passado.
A SSP afirma que atua de forma constante para tentar prevenir a morte de mulheres por violência de gênero. Houve um aumento de 69% de mulheres atendidas pelo programa Viva Flor — que monitora vítimas e agressores — entre 2023 e 2024.
A quantidade de agressores monitorados também aumentou, indo de 230 para 301 (aumento de 31%).
Auxílio de mulheres
O Viva Flor é um sistema que opera em tempo integral, monitorando simultaneamente vítimas e agressores. Caso haja descumprimento das medidas protetivas, como aproximação indevida ou violação do equipamento, alertas são disparados automaticamente para a equipe de monitoramento, que avalia a situação e aciona o Centro de Operações da Polícia Militar para intervenção imediata.
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Além dele, o GDF (Governo do Distrito Federal) implementou Passe Livre no transporte público para mulheres com medidas protetivas e em situação de acolhimento. Uma lei que concede auxílio financeiro às mulheres em situação de violência também foi aprovada.
Outro benefício existente é o pagamento do auxílio financeiro para órfãos do feminicídio por meio do programa Acolher Eles e Elas. No começo de julho, 181 crianças e adolescentes recebiam o benefício, pago mensalmente no valor de um salário mínimo (R$ 1.518).
Como pedir ajuda
A denúncia é um passo fundamental para garantir que a mulher tenha acesso a medidas protetivas e programas de proteção. Confira como denunciar:
- Disque Denúncia: Ligue 197 ou (61) 98626-1197 (WhatsApp)
- Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher: (61) 3207-6172/ 3207-6195 - Funcionam 24 horas
- Polícia Militar: Ligue 190
- Núcleo de Gênero do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios): (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
- Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher da Defensoria Pública: WhatsApp (61) 999359-0032
A população, ao presenciar casos de violência doméstica contra a mulher, também pode denunciar os casos no 190.
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