Após quase cinco horas de depoimento, o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, deixou o prédio da Polícia Federal, em Brasília, por volta das 20h desta quinta-feira (17). O ex-diretor-adjunto Alessandro Moretti ainda está sendo ouvido pela PF.Os dois são investigados no inquérito sobre um suposto esquema de espionagem ilegal a autoridades do Governo do Paraguai durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Corrêa e Moretti, no entanto, não integravam a cúpula da Abin naquele período. A investigação busca identificar se, já durante o governo Lula, houve interferência ou obstrução às apurações do alegado esquema de espionagem por parte de membros da agência indicados na nova gestão.Segundo a PF, há indícios de que dados importantes para a investigação foram dificultados ou omitidos. Uma das linhas de apuração também envolve uma suposta pressão exercida pelos investigados sobre a corregedoria da Abin para impedir ou restringir investigações internas sobre o caso.Na segunda-feira (14), Corrêa divulgou nota afirmando estar à disposição das autoridades “para prestar quaisquer esclarecimentos, seja no âmbito administrativo, civil ou criminal, sobre os fatos relatados na imprensa e que remetem a decisões tomadas em gestão anterior da Agência”.A suspeita de tentativa de obstrução foi um dos motivos que levaram à demissão de Moretti do cargo. Os depoimentos desta quinta-feira devem encerrar a fase de oitivas do inquérito.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp