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Diretor-geral da Abin diz que não tem 'compromisso com erros' após PF investigar servidores da agência

Luiz Fernando Corrêa foi ouvido durante depoimento na Comissão Mista de Atividades de Inteligência no Congresso Nacional

Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Luiz Fernando Corrêa foi ouvido nesta quarta-feira
Luiz Fernando Corrêa foi ouvido nesta quarta-feira Luiz Fernando Corrêa foi ouvido nesta quarta-feira

Em depoimento à Comissão Mista de Atividades de Inteligência no Congresso Nacional, nesta quarta-feira (25), o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, afirmou que o uso do software de monitoramento por servidores da instituição era "fato passado" e que "não temos compromisso com erros no passado, no presente nem no futuro". A prática dos funcionários motivou uma operação da Polícia Federal (leia mais abaixo).

Apenas a parte inicial da audiência foi aberta, seguindo em sigilo após declarações de abertura. Corrêa ressaltou o compromisso da instituição com a transparência pública e com a prestação de contas aos órgãos de controle.

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"O importante é deixar claro o compromisso com a transparência e com a atividade de Inteligência como garantidora do Estado democrático de Direito", afirmou.

O diretor-geral afirma que seu comparecimento na comissão seria para esclarecer os fatos sobre a operação da PF e dialogar com parlamentares sobre os desafios da Inteligência brasileira. "O controle externo efetivo desta comissão é o que empresta legitimidade para a atuação de Inteligência", declara.

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Sobre o uso dos softwares, Corrêa afirmou que a agência tem todo o interesse e o compromisso de esclarecer o assunto. "Ela se refere a fatos passados até 2021. Tão logo assumimos a gestão, percebemos um apuratório não conclusivo. Imediatamente, foi instaurada uma sindicância com todo o suporte necessário para a Corregedoria [da Abin]”, esclarece.

"Os fatos estão sendo exaustivamente apurados nos campos administrativo, judicial e policial", complementa.

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Relembre a Operação

Na manhã de sexta-feira (20), a Polícia Federal (PF) realizou a Operação Última Milha, que investiga o uso indevido do sistema de geolocalização de dispositivos móveis, como celulares e tablets, por servidores da Abin. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e feitas duas prisões preventivas.

Os servidores presos foram Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky. A investigação da PF revelou que ambos sabiam das ilegalidades e teriam coagido colegas para evitar possíveis demissões. A exoneração deles foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) ainda na sexta-feira.

Segundo a Casa Civil da Presidência da República, eles foram demitidos por participar de gerência ou administração de sociedade privada, por exercer o comércio e por improbidade administrativa.

Leia também: Ferramenta da Abin foi usada mais de 30 mil vezes e monitorava ministros do STF

De acordo com a PF, o sistema de geolocalização permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastando digitar o número da pessoa para ter acesso às informações. A aplicação também criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados.

Os alvos monitorados pela ferramenta seriam, principalmente, críticos do ex-presidente Jair Bolsonaro. A polícia também afastou cinco pessoas da Abin e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, em Santa Catarina, no Paraná e em Goiás. Os agentes encontraram mais de US$ 171 mil em espécie na casa de um dos suspeitos, em Brasília.

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