Ao menos 56 crianças e adolescentes morreram ou ficaram feridas após participarem de desafios da internet nos últimos 11 anos no Brasil. Os dados são de levantamento não oficial feito pelo Instituto DimiCuida com base em notícias jornalisticas e relatos de pais. No domingo (13), a menina Sarah Raissa, de 8 anos, morreu depois de ter participado do chamado “desafio do desodorante”, em Brasília. Pelo levantamento do DimiCuida, pelo menos outras oito crianças morreram após participarem do mesmo desafio que Sarah. Nas redes sociais, principalmente no TikTok, são comuns as propostas perigosas em forma de desafio de não-oxigenação. Segundo o DimiCuida, as vítimas normalmente têm idades entre 4 e 17 anos. Os desafios também estão presentes em todas as classes sociais, em escolas particulares e públicas. O instituto também alerta que crianças vítimas de bullying são mais propensas a aceitarem participar das atividades perigosas. De acordo com o levantamento, ao todo foram relatadas 23 mortes de crianças ou adolescentes. O Ceará é o estado com mais casos: 11. No mês passado, uma menina de 11 anos foi vítima do desafio. Brenda Sophia teve uma parada cardiorrespiratória após inalar desodorante em Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco. Um estudo feito pelo Cohen’s Children’s Medical Center analisou 109 vídeos sobre a prática de inalar produtos químicos como desodorantes e esmaltes. Juntos, os vídeos somavam 25 milhões de visualizações. Segundo os pesquisadores, a prática leva a um breve estado de euforia que cria um alto potencial para uso repetido e dependência. O abuso de inalantes pode levar a tonturas, danos cerebrais e até mesmo à morte. “A natureza dissimulada desses itens significa que pais e professores têm menos probabilidade de detectar o comportamento, aumentando significativamente o risco de uso repetido e dependência entre adolescentes”, diz o estudo. Os pais podem ficar atentos a alguns sinais que indicam que a criança pode está participando de desafios de não-oxigenação. Segundo o Instituto DimiCuida são eles: A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) investiga a morte de Sarah Raíssa. A menina foi encontrada sem sinais vitais pelo avô ao lado de um vidro de desodorante. Sarah foi levada ao hospital, mas a morte cerebral foi confirmada três dias depois. A investigação busca identificar quem enviou ou compartilhou o vídeo do desafio com Sarah. A suspeita é que o vídeo estava rodando no celular dela no momento do incidente. Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp