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R7 Brasília

Em evento do G20, Marina Silva cobra de países ricos que liderem combate a mudanças climáticas

Fala reforça posicionamento de Lula; ministra enfatizou responsabilidade comum

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Marina defendeu 'esforço global' Audiovisual G20/Divulgação - 5.6.2024

A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, cobrou nesta quarta-feira (24) dos países desenvolvidos a liderança nas ações mundiais de combate às mudanças climáticas. Em evento financeiro do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e as uniões Africana e Europeia, Marina destacou a importância de um esforço global e citou “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. O encontro de finanças do G20 ocorre no Rio de Janeiro (RJ) até esta quarta (24).

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“[Precisamos ter] a clareza de que os países em desenvolvimento precisam de ajuda e os países desenvolvidos devem liderar essa corrida, para termos uma agenda robusta de mitigação, adaptação e, sobretudo, de transformação de nossos modelos de desenvolvimento”, defendeu.

Ao citar a seca no Pantanal e a tragédia ambiental que assolou o Rio Grande do Sul, com desabrigados e mortos pelas fortes chuvas e enchentes, a ministra pediu ações globais, porque as iniciativas locais, para ela, não têm sido suficientes.

“Já passou o tempo de cobrarmos uns dos outros, quem está fazendo menos ou mais. Este é o momento de ouvir o que a ciência e o bom senso estão cobrando de cada um de nós”, acrescentou, ao lamentar a falta de investimentos na sustentabilidade.


“Infelizmente, o mundo continua gastando de US$ 4 a 6 trilhões naquilo que vai na contramão do que precisamos, e ainda não fomos capazes de arrecadar os US$ 100 bilhões necessários para a mudança. Os desenvolvidos lideram, mas os que contribuem menos para as mudanças climáticas são os mais afetados, que são os países em desenvolvimento. Todos temos responsabilidades, comuns, porém diferenciadas”, completou.

A fala de Marina reforça o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em declarações públicas, o petista tem cobrado o financiamento de iniciativas sustentáveis por parte das nações ricas. Em um dos discursos mais marcantes, em um festival em Paris no ano passado, Lula argumentou que não foram os países pobres que “poluíram o mundo”.


“Iremos fazer a COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que será em Belém (PA), no ano que vem] em um estado da Amazônia para que todos vocês tenham a oportunidade de conhecerem de perto o ecossistema da Amazônia, a riqueza da biodiversidade, a riqueza de nossos rios e que possam compartilhar com o povo brasileiro a preservação das nossas florestas — e responsabilizar os países ricos para financiar os países em desenvolvimento que têm reservas florestais —, porque não foi o povo africano que poluiu o mundo; não é o povo latino-americano que poluiu o mundo”, destacou à época.

Meses depois, durante a abertura da COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente brasileiro afirmou que “o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos” e cobrou dos países ricos a execução da promessa de ajudar financeiramente os mais pobres.


Em fevereiro deste ano, na Guiana, Lula pediu aos países ricos que cumpram o compromisso de destinar US$ 100 bilhões anuais às nações em desenvolvimento para o enfrentamento da mudança climática.



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