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R7 Brasília

Em meio à desconfiança com militares, governo troca número 2 do GSI

Medida foi publicada no Diário Oficial da União e é assinada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e pelo ministro da Defesa

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Palácio do Planalto e prédio do Congresso Nacional ao fundo
Palácio do Planalto e prédio do Congresso Nacional ao fundo

Em meio à desconfiança do Palácio do Planalto com os militares, o governo federal trocou o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o número dois da pasta. Deixa o cargo o general Carlos José Russo Assumpção Penteado e, em seu lugar, assume o general Ricardo José Nigri.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) e são assinadas pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e pelo ministro da Defesa, Jose Múcio Monteiro. O novo secretário-executivo do GSI foi nomeado, mas começará a trabalhar a partir de quarta-feira (25), segundo a portaria. Alckmin e Múcio se reuniram na manhã desta terça-feira (24), segundo a agenda oficial do presidente em exercício.

Exército

A expectativa é de que haja mudanças dentro do Exército, segundo o ministro da Defesa. Nesta segunda-feira (23), ele afirmou que o novo comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, vai fazer "costuras internas" após a demissão de Júlio César de Arruda.

"Ele prometeu servir ao país no comando do Exército. Está entusiasmado. Evidentemente que existem algumas costuras internas para fazer, a coisa foi muito rápida, mas nós tínhamos que fazer o que foi feito", afirmou o ministro da Defesa na ocasião.


Múcio negou, ainda, que a invasão das sedes dos Três Poderes tenha sido discutida em reunião com o presidente da República. O titular disse que não houve envolvimento dos militares nos atos antidemocráticos.

"Não foi discutido, porque isso está com a Justiça. Estamos atrás ou aguardando as comprovações para que as providências sejam e serão tomadas", respondeu Múcio.


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Desconfiança

O governo federal já dispensou mais de 60 membros das Forças Armadas de suas funções em diferentes áreas do gabinete. Dos nove militares dispensados na quinta-feira (19), por exemplo, seis atuavam no Escritório de Representação do GSI, no Rio de Janeiro. Os outros três estavam lotados na Secretaria de Segurança e Coordenação. Com a medida, eles serão realocados em outras frentes de atuação das Forças Armadas.

A medida ocorre após algumas declarações do petista que demonstram desconfiança em relação aos militares. Durante café da manhã com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que contratou pessoas em quem confia para os cargos de ajudante de ordem, postos que eram ocupados por militares no governo anterior.


Na sequência, o presidente afirmou estar convencido de que alguém facilitou a entrada de extremistas durante a invasão, em 8 de janeiro, dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. "Teve muita gente conivente, muita gente da PM conivente, muita gente das Forças Armadas conivente", disse Lula.

Na ocasião, extremistas que não aceitam o resultado da eleição de 2022 invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do cenário, o presidente decretou intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro. O escolhido para interventor foi Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.

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