Em seis meses de governo, Lula passou 32 dias em viagens internacionais
No primeiro semestre dos outros mandatos, em 2003 e 2007, o presidente ficou 22 e 27 dias fora, respectivamente
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou 32 dias dos primeiros seis meses de 2023 fora do Brasil, em viagens de trabalho a 11 países. Durante esse período, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), assumiu interinamente o Palácio do Planalto. O R7 levantou os números com base nos dados públicos da agenda do presidente.
A mais recente viagem de Lula foi à Europa, onde se encontrou com o papa Francisco e com Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos Brics, e participou, com outros líderes mundiais, da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global.
•Compartilhe esta notícia no WhatsApp
•Compartilhe esta notícia no Telegram
Leia também
Com informações da biblioteca da Presidência da República, a reportagem também reuniu a quantidade de viagens internacionais de Lula no primeiro semestre dos mandatos anteriores. Nos seis primeiros meses de 2003, o presidente passou 22 dias fora do Brasil e visitou sete países. De janeiro a junho de 2007, foram 12 deslocamentos a outras nações, que totalizaram 27 dias (veja o levantamento completo no fim da reportagem).
O R7 entrou em contato com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, mas não recebeu retorno até a última atualização deste texto.
As visitas internacionais de 2023 fazem parte da estratégia de Lula de se contrapor à política externa de Jair Bolsonaro (PL), que teria isolado o Brasil do restante do mundo. O foco da diplomacia brasileira tem sido retomar o protagonismo em fóruns internacionais e alavancar o Brics, bloco que inclui também Rússia, Índia, África do Sul e China.
Lula tem priorizado regiões com as quais o Brasil enfrentou desgastes na última gestão presidencial, como a América Latina e a China. O país asiático foi alvo de provocações e atritos durante o governo passado.
A primeira viagem internacional do petista no terceiro mandato foi à Argentina, entre 22 e 24 de janeiro. Lá, ele participou da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O Brasil havia abandonado a organização em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro.
A temática ambiental também tem sido explorada por Lula, em contraponto à gestão do último ex-presidente. Em discurso na quinta-feira (22) no festival Power Our Planet, em Paris, na França, o petista afirmou que países ricos devem financiar aqueles em desenvolvimento com reservas florestais. O chefe de Estado disse, ainda, que a Amazônia é um território soberano brasileiro, mas que pertence a toda a humanidade.
Lula também tem se colocado como agente da paz no conflito entre Rússia e Ucrânia, em conversas com os presidentes dos dois países, Vladimir Putin e Volodmir Zelensky, e por meio de reiteradas declarações públicas. Na última fala sobre o assunto, o chefe de Estado brasileiro afirmou que Zelensky e Putin precisam negociar pessoalmente um acordo de paz para dar fim à guerra.
Confira as viagens internacionais de Lula no primeiro semestre de cada mandato
2023 — 1º semestre: 11 países, 32 dias
• Janeiro
— Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai): 4 dias
• Fevereiro
— Washington (EUA): 3 dias
• Abril
— Madri (Espanha), Porto e Lisboa (Portugal): 6 dias
— Abu Dhabi (EAU), Xangai e Pequim (China): 6 dias
• Maio
— Londres (Reino Unido): 2 dias
— Hiroshima (Japão): 6 dias
• Junho
— Paris (França) e Vaticano: 5 dias
2007 — 1º semestre: 12 países, 27 dias
• Janeiro
— Quito (Equador): 1 dia
— Davos (Suíça): 3 dias
• Fevereiro
— Montevidéu (Uruguai): 1 dia
• Março
— Georgetown (Guiana): 2 dias
— Washington (EUA): 2 dias
• Abril
— Barcelona e Isla Margarita (Venezuela): 2 dias
— Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina): 3 dias
• Maio
— Assunção (Paraguai): 2 dias
• Junho
— Londres (Inglaterra): 2 dias
— Nova Délhi (Índia): 3 dias
— Berlim e Heiligendamm (Alemanha): 4 dias
— Assunção (Paraguai): 2 dias
2003 — 1º semestre: 10 países, 22 dias
• Janeiro
— Quito (Equador): 2 dias
— Davos (Suíça), Berlim (Alemanha) e Paris (França): 6 dias
• Maio
— Cusco (Peru) e Buenos Aires (Argentina): 4 dias
— Lausanne, Genebra (Suíça) e Evian (França): 4 dias
• Junho
— Assunção (Paraguai): 2 dias
— Washington (EUA): 2 dias
— Rio Negro (Colômbia): 2 dias