Ex-ministra de Bolsonaro pede desfiliação do PL após ir à posse de Lula
Deputada federal Flávia Arruda abraçou o petista durante evento no Congresso; ela foi candidata derrotada ao Senado pelo DF
Brasília|Ana Isabel Mansur e Camila Costa, do R7, em Brasília
A ex-ministra da Secretaria de Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Flávia Arruda pediu desfiliação do PL na tarde desta segunda-feira (2). A saída do partido foi motivada após ela, que presidia o partido no Distrito Federal, ter comparecido à posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste domingo (1º), e o cumprimentado.
O marido de Flávia Arruda, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, também pediu desfiliação do partido. Os dois estiveram com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, na tarde desta segunda (2).
Durante a sessão solene no Congresso Nacional, Flávia Arruda abraçou Lula e conversou rapidamente com ele. Ela é deputada federal até a primeira semana de fevereiro, quando a nova legislatura da Câmara dos Deputados assume.
Há duas semanas, Flávia Arruda votou a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) do estouro, que abriu espaço no Orçamento de 2023 para bancar promessas feitas por Lula durante a campanha. A medida ainda fura o teto de gastos, regra que condiciona o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior.
Nas eleições de 2022, a parlamentar foi candidata ao Senado, mas perdeu a disputa para Damares Alves (Republicanos), outra ex-ministra de Bolsonaro. Durante a campanha, o ex-presidente não chegou a demonstrar apoio explícito a nenhuma das duas, mas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, próxima de Damares, entrou de cabeça na campanha da amiga.
O contato de Flávia Arruda com Lula pegou mal entre os apoiadores de Bolsonaro. Nas redes sociais, a deputada recebeu uma avalanche de críticas e chegou a ser chamada de "traidora". Após a repercussão, ela restringiu novos comentários.
Veja íntegra da nota divulgada pela ex-ministra:
"Me desfilio hoje do Partido Liberal com certeza, tranquilidade e sentimento de dever cumprido no meu mandato, no ministério e na presidência regional. Entrego um partido com a maior bancada do DF, lideranças fortes e motivadas.
Considerando os fatos das últimas eleições, o posicionamento do partido e meus ideais democráticos, sigo em um novo caminho com os sinceros votos de que a política continue sendo espaço de respeito, diálogo e busca de um Brasil melhor. "