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R7 Brasília

FAB diz que iniciou análise de caixas-pretas de avião que caiu em Vinhedo (SP); veja imagens

Cenipa disse que a previsão é de divulgar relatório preliminar do acidente aeronáutico no prazo estimado de 30 dias

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Caixa-preta do avião que caiu em Vinhedo (SP) Divulgação/FAB - 10.08.2024

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que as caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo (SP), na última sexta-feira (9), foram transferidas neste sábado (10) para o laboratório de leitura e análise de dados de gravadores de voo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em Brasília. “Os trabalhos preliminares de preparação, extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e devem prosseguir, de maneira ininterrupta, pelas próximas horas”, diz o órgão.

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Após a conclusão da ação inicial, no município paulista, a investigação vai avançar para a fase de análise de dados. Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros. “O Cenipa reitera a intenção e previsão de divulgar, no prazo estimado de 30 dias, o relatório preliminar do acidente aeronáutico”, afirma.

Os dois gravadores do avião chegaram a Brasília na manhã deste sábado. A análise das gravações é primordial para entender o que aconteceu no acidente que deixou 62 mortos. Uma das caixas-preta grava os dados do voo e a outra as conversas. A PF (Polícia Federal) informou que a expectativa é de encerrar ainda neste sábado (10) a retirada dos corpos do acidente aéreo.

Caixa-preta é o nome popular do sistema de registro de voz e dados existentes em aviões. Ele é formado por dois sistemas distintos e independentes. O primeiro, chamado de CVR (Cockpit Voice Recorder, em tradução livre), é responsável por armazenar o som ambiente das cabines de comando. A outra parte, chamada de FDR (Flight Data Recorder), guarda dados como velocidade, aceleração, altitude, entre outros. Por isso, o sistema é formado por dois equipamentos.


A aeronave caiu no jardim de uma casa em um condomínio. Às 13h28, foi reportada a queda em um condomínio residencial no bairro Capela, em Vinhedo, a 464,4 km de São Paulo. A Defesa Civil informou que a aeronave explodiu ao cair no chão. Desde o primeiro momento, as autoridades informaram que ninguém a bordo sobreviveu. Apesar de a aeronave ter explodido na garagem de uma casa, nenhuma pessoa foi atingida em solo. Vídeos registraram o momento da queda do avião.

Ao todo, 62 pessoas morreram. Anteriormente, o R7 publicou, com base em informações repassadas pela própria Voepass, que havia 61 pessoas a bordo. A empresa atualizou os dados na manhã de sábado (10). A companhia relatou que, no avião, tinham 57 passageiros e quatro tripulantes.


O percurso foi seguido pelo avião normalmente até por volta das 13h. A aeronave decolou de Cascavel (PR) às 11h50 e deveria pousar em Guarulhos (SP) às 13h45. Segundo informações da Força Aérea Brasileira, a partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, nem declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda de contato com o radar ocorreu às 13h22.

Especialistas acreditam que o mau tempo pode ter contribuído para o acúmulo de gelo nas asas. Pilotos que sobrevoaram São Paulo na sexta-feira (9) confirmaram uma condição atmosférica fora do normal. O ATR-72 é um avião de médio porte com boa reputação de segurança. Por características de projeto, voa a uma altitude inferior à operada pelos grandes jatos, justamente onde ocorre uma maior formação de gelo na atmosfera.


Em coletiva de imprensa na noite de sexta-feira, responsáveis pela Voepass informaram que o ATR-72 passou por manutenção na noite anterior ao acidente. Segundo a empresa, tudo estava no padrão técnico observado pela companhia. Ainda conforme os representantes da Voepass, o avião estava em rota normal até a queda. Os empresários lembraram que ainda precisam ser analisadas informações para as causas serem compreendidas.


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