Duas mulheres foram encontradas mortas na manhã desta quinta-feira (2) no Distrito Federal. Letícia Barbosa, de 29 anos, e Rayane Ferreira, 18, foram assassinadas no Setor de Indústria Gráfica de Taguatinga e no Riacho Fundo II, respectivamente. Em ambos os casos, o assassino era o companheiro ou ex-namorado das vítimas. Com os novos registros, o DF já soma oito feminicídios apenas neste ano. Em Taguatinga, o crime ocorreu durante a madrugada desta quinta. Letícia Barbosa foi encontrada pela Polícia Civil no interior de um banheiro. Segundo a corporação, ela apresentava várias lesões e possivelmente foi vítima de espancamento. O principal suspeito é o ex-namorado da vítima. O pai dele foi encontrado no local.Leia também: Oito mulheres são agredidas por dia no Distrito Federal Em setembro de 2022, a vítima procurou a Polícia Civil do DF para relatar que o ex-companheiro havia ido a sua casa para ameaçá-la e jogou a bicicleta em cima dela. No mesmo dia, o homem perseguiu a jovem. Segundo a Polícia Civil, ela teria dito que o namorado sempre apresentou comportamento violento, já tendo agredido a vítima em outras ocasiões. Outra ocorrência contra o suspeito havia sido registrada por Letícia em julho de 2022, por tentativa de feminicídio. “Ela disse que temia por sua vida, devido ao temperamento agressivo, violento e imprevisível do autor. Ele não aceitava o fim do relacionamento”, narra a ocorrência. Na ocasião, a vítima pediu medidas protetivas. O crime registrado no Riacho Fundo II ocorreu no início da manhã desta quinta. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do DF, Rayane Ferreira foi encontrada em sua residência com sinais de agressão e enforcamento. A jovem teria sido morta pelo companheiro, de 21 anos. De acordo com as investigações da polícia, o casal brigava constantemente e outras agressões já haviam sido registradas. O suspeito teria fugido do local com o filho do casal, de um ano. A criança foi encontrada na casa do avô paterno, em Ceilândia, em segurança e sem sinais de agressão. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), e o suspeito está foragido. Os casos são investigados pela Polícia Civil do Distrito Federal. Entre 1º de janeiro e 2 de março de 2023, foram registrados oito feminicídios no Distrito Federal. Quatro das vítimas moravam em Ceilândia. Os outros crimes foram registrados no Park Way, Gama, Taguatinga e Riacho Fundo. Todos os suspeitos eram companheiros ou ex-companheiros das vítimas, com passagens por agressão na Polícia Civil. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), durante 2022 foram registrados 19 casos de feminicídio no DF.Veja quando os crimes aconteceram: 01/01 – Fernanda Letícia da Silva, em Ceilândia Norte03/01 – Mirian Nunes, em Ceilândia Norte17/01 – Jeane Sena da Cunha, no Park Way18/01 – Giovana Camilly Evaristo, em Ceilândia Norte05/02 – Izabel Aparecida de Souza, em Ceilândia13/02 – Simone Sampaio, no Gama02/03 – Letícia Barbosa Mariano, em Taguatinga02/03 – Rayane Lima, no Riacho Fundo O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) explica que, em caso de urgência, a mulher ou alguém que esteja presenciando a situação de violência pode pedir ajuda pelo telefone 190, da Polícia Militar. A Central de Atendimento à Mulher pode ser contatada pelo telefone 180. O canal, criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, registra e encaminha as denúncias de violência aos órgãos competentes. A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) está localizada na Asa Sul e funciona 24 horas por dia, todos os dias. A vítima pode comparecer ao local mediante qualquer situação que configure violência doméstica e registrar a ocorrência. O Disque Denúncia, da PCDF, também fica disponível 24 horas por dia, pelo telefone 197.Clique aqui para ver os canais de denúncia*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro.