Fraturas no fêmur foram responsáveis por internação de 556 idosos no ano passado no DF
A maioria dos registros de 2023 foi de pessoas com mais de 80 anos; de janeiro a abril deste ano, 142 casos foram registrados
Brasília|Do R7, em Brasília
No ano passado, 556 idosos foram internados por fraturas no fêmur, segundo dados do portal InfoSaúde do Distrito Federal. Desse total, a maioria (cerca de 45,7%), corresponde a pacientes com mais de 80 anos. Até abril deste ano, 142 internações do tipo já aconteceram. Para evitar que os números aumentem, as UBSs (unidades básicas de saúde) da capital do país promovem circuitos multissensoriais que fortalecem os músculos, a cognição e o equilíbrio de pessoas idosas.
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Nas manhãs das segundas e quartas-feiras, a UBS 8 de Ceilândia, por exemplo, reúne uma turma para realizar exercícios que envolvem o uso de equipamentos como pesos livres, cordas, estepes, argolas e camas elásticas. Os participantes passam por seções diferentes: aquecimento, alongamento, execução das estações multissensoriais e fortalecimento muscular. Geralmente, os exercícios podem ser combinados com atividades cognitivas, como repetir nomes de animais ou falar os meses de trás para frente.
A importância das ações são reforçadas nesta segunda (24), Dia Mundial de Prevenção de Quedas. O fisioterapeuta coordenador da atividade na unidade, Tadeu Silva, destaca que “as quedas têm consequências severas”. “Nesse sentido, o circuito trabalha elementos que minimizem as quedas e evitem que o pior aconteça”, afirma.
Além de trabalharem força e equilíbrio, os circuitos também atuam como forma de interação social entre os idosos. Na UBS 6 de Ceilândia, a atividade é realizada no período vespertino de segundas e sextas-feiras, organizada pela equipe multidisciplinar de fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Durante os exercícios, os profissionais da unidade observaram que os participantes interagem entre si, fazendo novas amizades. “Eles criam uma rede de apoio e compartilham experiências”, aponta a psicóloga Flora Teixeira Morta de Paula.
Parceiros da iniciativa, estudantes de fisioterapia da UnB (Universidade de Brasília) ajudam os participantes durante os exercícios para evitar quedas. “Apesar de o circuito ter um lapso temporal, depois que finaliza, o idoso tem diversas opções de atividades. Dessa forma, ele é direcionado a outras ações, tanto para explorar a funcionalidade quanto para preservar o convívio social”, afirma o fisioterapeuta apoiador técnico da Atenção Primária da Região de Saúde Oeste, Adilson Rebelo.
Como prevenir as quedas?
A geriatra Daniela Gomez, da SBA Residencial, explica que as pessoas mais velhas têm alguns fatores que aumentam o risco de quedas. “Eles apresentam mais fatores de risco relacionados à ocorrência de quedas quando comparados aos mais jovens. Como, por exemplo: déficits visuais, redução da musculatura e fraqueza de membros inferiores, marcha mais lenta, equilíbrio comprometido e uso de medicações psicotrópicas que podem levar a tontura e sonolência”, afirma a especialista.
A especialista explica que a maioria das vezes que os idosos se acidentam é na própria casa. Por isso, algumas dicas e mudanças simples podem ajudar a amenizar o perigo.
“É muito importante que o ambiente esteja bem iluminado, que o idoso retire tapetes e evite deixar obstáculos no caminho, como fios soltos e móveis baixos. Além de que orientamos cuidados com materiais para limpeza de superfícies, para evitar que fiquem escorregadias”, ressalta Daniela.
A profissional também alerta para não deixar para depois a instalação de barras, corrimãos e fitas antiderrapantes. “O idoso também deve tomar cuidado com escadas, que idealmente devem ter corrimão, e recomendamos usar fita antiderrapante nos degraus. Se possível, é importante instalar barras de proteção no banheiro”, finaliza.