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Funcionárias da Caixa protestam contra Pedro Guimarães em Brasília

Cerca de 20 mulheres se reuniram em frente ao edifício-sede da instituição nesta quarta-feira (29); grupo foi presenteado com rosas

Brasília|Karla Beatryz*, do R7, em Brasília

Manifestantes reunidas em frente ao edifício-sede da Caixa, em Brasília, nesta quarta (29)
Manifestantes reunidas em frente ao edifício-sede da Caixa, em Brasília, nesta quarta (29)

Cerca de 20 funcionárias da Caixa se reuniram no início da tarde desta quarta-feira (29) em frente ao edifício-sede da instituição, em Brasília, para protestar contra o presidente Pedro Guimarães, suspeito de assédio sexual. O grupo foi presenteado com rosas como símbolo de solidariedade.

Ana Alice, funcionária da Caixa, protesta contra os casos de abuso
Ana Alice, funcionária da Caixa, protesta contra os casos de abuso

Uma tenda foi organizada com microfone e caixas de som, para que as mulheres pudessem se pronunciar sobre os casos de assédio. Ana Alice, que trabalha na empresa há dez anos, afirmou ao R7 que repudia toda a situação e espera que este caso possa abrir mais espaço para as mulheres. "Nós trabalhamos duro nessa empresa, para passar por essas humilhações. Infelizmente, ainda somos minoria dentro da empresa, e espero que isso mude", afirmou.

A manifestação foi realizada após um evento do banco sobre o Plano Safra 2023. Na ocasião, Pedro Guimarães estava acompanhado da esposa e se manifestou pela primeira vez após as denúncias. "Tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como sempre me pautei em toda a minha vida. Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa. São quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética", disse.

Na manifestação, uma funcionária aposentada afirmou que espera que o escândalo seja superado pela Caixa. "Que esses abusos na gestão da empresa sejam uma página virada. Não podemos aceitar que uma empresa centenária que auxilia diversas famílias seja denegrida desta forma", desabafou.


Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação sobre Pedro Guimarães após as denúncias de assédio contra funcionárias, acusações reveladas pelo portal Metrópoles e confirmadas pelo R7. Fontes ouvidas pelo R7 no MPF afirmaram que as diligências estão sendo feitas sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, já que o economista não tem foro privilegiado.

O presidente da Caixa já é alvo de um processo por constranger os funcionários, depois de imagens publicadas na internet mostrarem o executivo determinando aos colaboradores do banco que realizassem flexões no horário de trabalho.


Nota

A Caixa confirmou que recebeu denúncias de assédio e informou que estava investigando o caso desde maio deste ano. Em comunicado divulgado para a imprensa na noite desta quarta-feira (29), o banco destacou que o tema vinha sendo tratado de forma interna e em sigilo.

“A Caixa repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relatos de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco”, divulgou.


O banco ainda afirmou na nota que fez contato com a pessoa que realizou a denúncia e promoveu "diligências internas que redundaram em material preliminar". Esse material está em processo de avaliação. "Portanto, a Corregedoria admitiu a denúncia e deu notícia ao/à denunciante, se colocando à inteira disposição para colher o seu depoimento, mantendo seu anonimato."

*Estagiária, sob supervisão de Fausto Carneiro

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