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G20, recorde de trabalhadores, demissão de ministro e acidente: como foi o ano de Lula

Presidente foi submetido a procedimento para conter hemorragia intracraniana por causa de acidente no Palácio da Alvorada

Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

No âmbito pessoal, Lula caiu no banheiro e fez diversas cirurgias devido ao acidente Paulo Pinto/Agência Brasil - 15.12.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclui neste mês o segundo ano do terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto. Em 2024, Lula demitiu integrantes do alto escalão e foi o anfitrião da cúpula de líderes do G20, grupo que reúne as maiores economias globais. O ano do presidente também ficou marcado pelo acidente doméstico sofrido em outubro, que fez com que ele cancelasse viagens internacionais e precisasse passar por procedimentos médicos de emergência. Em 2024, o presidente também viu o país renovar o recorde de pessoas ocupadas, com 103,9 milhões de trabalhadores.

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O R7 destacou os principais momentos de Lula em 2024. Confira a retrospectiva.

Janeiro

Logo nos primeiros dias do ano, Lula sancionou a lei que criou o programa educacional Pé-de-Meia. A política pretende combater a evasão escolar no ensino médio por meio da concessão de bolsa a estudantes de baixa renda. A lei foi sancionada em 16 de janeiro, e o decreto regulamentador do Pé-de-Meia foi assinado por Lula 10 dias depois.

Além dos critérios sociais, é preciso ter frequência escolar mínima de ao menos 80% por mês. Cada participante pode chegar a receber, ao fim do ensino médio, R$ 9.200. Segundo o Ministério da Educação, os beneficiários do programa somam 3,9 milhões, com investimento anual de R$ 12,5 bilhões.


Fevereiro

Em 19 de fevereiro, o então ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, informou que Lula passou a ser considerado “persona non grata” no país até que ele se retratasse sobre declarações feitas em relação ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

No dia anterior, o presidente tinha comparado as ações de defesa israelense ao nazismo. Até o momento, a alcunha continua valendo, uma vez que não houve pedido de desculpas. As falas do brasileiro geraram mal-estar com o país do Oriente Médio.


Março

Lula se reuniu com o ditador venezuelano Nicolás Maduro. O encontro se deu em meio ao cenário de tensão entre Venezuela e Guiana por causa da disputa pelo território de Essequibo.

Na ocasião, o Brasil tentou se colocar como mediador da crise. O líder do país vizinho afirmou, à época, que a reunião foi proveitosa e o propósito era de seguir consolidando as relações diplomáticas.


Abril

O presidente vetou um trecho do projeto de lei que acabaria com a maioria das “saidinhas” de presos no Brasil. A revogação das visitas familiares foi excluída do texto final por “inconstitucionalidade”. O movimento de Lula, porém, desagradou o Congresso Nacional, que derrubou o veto.

A saída temporária era um benefício previsto no artigo 122 da Lei de Execuções Penais e se aplicava à maioria dos condenados em regime semiaberto que tivessem cumprido pelo menos um quarto da pena. A saidinha valia para datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Pais e Natal, e o projeto de lei busca acabar com isso.

Maio

Lula criou o Ministério Extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, com a única finalidade de lidar com os problemas climáticos enfrentados pelo estado sulista. A pasta foi chefiada por Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. As enchentes que assolaram o estado deixaram centenas de mortos e milhares de desalojados. O governo federal atua, até o momento, em diversas áreas com o objetivo de reconstruir a vida do povo afetado.

Ainda em maio, Lula demitiu Jean Paul Prates do comando da Petrobras. A engenheira civil Magda Chambriard assumiu o posto. A demissão ocorreu por causa das crises na administração de Prates, especialmente depois que o Conselho de Administração decidiu reter R$ 43 bilhões em lucros extraordinários obtidos pela empresas e não os repassar aos acionistas de imediato.

Junho

Lula acompanhou, em junho, o primeiro indiciamento feito pela Polícia Federal envolvendo um ministro de Estado. No caso, o alvo foi Juscelino Filho, chefe do Ministério das Comunicações, suposto de ter cometido seis crimes devido à suspeita de desvio de recursos públicos destinados a obras de pavimentação. Entre os crimes apontados pela corporação, estão os de falsidade ideológica, corrupção passiva e integrar organização criminosa. O ministro nega todas as acusações, e, à época, Lula disse que Juscelino tinha direito de provar inocência.

Julho

O presidente da República fez o primeiro grande corte no Orçamento em julho, com o anúncio da contenção de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para cumprir a meta de déficit zero e seguir o arcabouço fiscal. A ordem de Lula, na ocasião, era que as novas regras fiscais fossem cumpridas “à risca” e para demonstrar o compromisso do Executivo com a responsabilidade das contas públicas.

Agosto

O Tribunal de Contas da União decidiu, em 7 de agosto, que Lula não precisaria devolver um relógio de ouro de uma marca de luxo que ganhou em 2005, na França, durante o primeiro mandato à frente do Palácio do Planalto.

A decisão, tomada por maioria, abriu brecha para casos semelhantes, uma vez que há julgamentos e decisões em torno da suspeita de desvio ilegal de joias feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula, porém, afirmou que quer devolver o item, avaliado em R$ 60 mil.

Setembro

Lula demitiu Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos em 6 de setembro, um dia após a divulgação das denúncias de assédio sexual contra o acadêmico.

O presidente afirmou “não ser possível” a permanência dele no cargo diante da polêmica. Uma das vítimas teria sido a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O ex-ministro nega as acusações.

Outubro

Lula sofreu em 19 de outubro um acidente doméstico que meses depois o levou a passar por cirurgia. O presidente cortava as unhas e caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília. Ele sofreu um corte na região da nuca.

O tombo fez com que o chefe de Estado cancelasse diversas viagens internacionais, como a Cúpula dos Brics na Rússia. Ele levou cinco pontos na região da nuca e, em dezembro, precisou realizar cirurgia de emergência para conter uma hemorragia na cabeça por causa do acidente.

Antes disso, no primeiro dia do mês, quando voltava do México após agenda oficial, o avião de Lula sobrevoou o território mexicano após apresentar problema técnico. O avião precisou voar em círculos para queimar o combustível e fazer um pouso de emergência em segurança.

Ao relembrar o episódio, o presidente chorou. “A gente não sabia se o avião ia cair ou não. O motor estava estragado e ficamos quatro horas e meia dentro do avião, rezando e pedindo a Deus que nos trouxesse com vida”, afirmou.

Novembro

Em novembro, o Brasil sediou, pela primeira vez, a reunião do G20, no Rio de Janeiro. O grupo reúne as 20 maiores economias do mundo e discutiu diversos temas, como a reforma da governança global e ações de mitigação contra a mudança climática.

O comando do bloco, sob a presidência brasileira, teve como um dos saldos mais positivos a Aliança Global Contra à Fome e Pobreza, cuja iniciativa conta com apoio de mais de 80 países e organizações.

Na ocasião, Lula afirmou que os trabalhos, embora desempenhados com afinco, foram capazes somente de “arranhar” os complexos problemas enfrentados atualmente.

Dezembro

No último mês do ano, Lula teve que viajar às pressas para São Paulo para uma cirurgia de emergência para drenagem de um hematoma na cabeça em decorrência do acidente sofrido em outubro.

A internação do presidente em um hospitalar particular durou seis dias. Ele voltou a Brasília com a recomendação de evitar esforço físico e viagens longas até nova orientação médica. O presidente vai passar a virada do ano na capital federal.

Também em dezembro, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que, no trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação no Brasil foi de 6,1%, a menor da série histórica da Pnad Contínua, iniciada no primeiro trimestre de 2012.

Além disso, o país chegou à marca de 103,9 milhões de pessoas ocupadas, maior número da série histórica.

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