Gilmar Mendes autoriza buscas em investigação contra deputado por desvio de emendas
Um dos mandados foi cumprido diretamente no gabinete de Júnior Mano, na Câmara dos Deputados
Brasília|Victoria Lacerda e Rafaela Soares, do R7, em Brasília

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta terça-feira (8) uma operação da Polícia Federal com mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) e outros cinco investigados. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares. As diligências foram realizadas no Distrito Federal e em municípios do Ceará.
Um dos mandados foi cumprido diretamente no gabinete de Júnior Mano, na Câmara dos Deputados. Além disso, foram alvo das buscas endereços ligados ao parlamentar em Brasília e no Ceará, assim como residências e escritórios dos demais investigados.
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A investigação, que tramita sob sigilo no STF, apura fraudes em licitações e o uso irregular de recursos públicos federais repassados por meio de emendas parlamentares a prefeituras cearenses. O pedido foi feito pela Polícia Federal com o aval da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Além das buscas, o ministro autorizou o bloqueio de até R$ 54 milhões em bens e ativos financeiros dos envolvidos, bem como o acesso aos dados telemáticos extraídos de celulares apreendidos durante a operação.
Gilmar Mendes também determinou o compartilhamento integral das provas com a CGU (Controladoria-Geral da União) para eventual responsabilização administrativa de servidores públicos.
Ainda na decisão, o ministro autorizou a abertura de uma nova investigação para aprofundar a apuração sobre a possível participação de autoridades com foro privilegiado na destinação e execução ilícitas das emendas parlamentares.
Em nota enviada à imprensa, a assessoria do deputado Júnior Mano afirmou que ele “não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”.
A defesa ressalta que, como parlamentar, Júnior Mano não exerce funções executivas ou administrativas em prefeituras, tampouco integra comissões de licitação ou atua na fiscalização de contratos.
Já o PSB informou que espera que todos os fatos sejam investigados e esclarecidos o mais breve possível, respeitando o devido processo legal e a ampla defesa do deputado.
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