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R7 Brasília

Gleisi afirma que nomes de ministros não sairão nesta semana e cita 'ansiedade' do mercado

A presidente do PT informou ainda que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar a Brasília na quarta-feira (23)

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Gleisi Hoffman, presidente do PT
Gleisi Hoffman, presidente do PT

A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta segunda-feira (21) que a definição dos ministros que vão integrar o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente da Presidência da República não sairá nesta semana e que a pressão por nomes é "ansiedade" do mercado financeiro.

"Não acho [que deva sair nesta semana]. O presidente Lula está vindo para cá [Brasília] só na quarta-feira (23), e aí é que vai começar a conversar, vai começar a pensar. Ele não adiantou nada, acho que essa semana é muito difícil", afirmou Gleisi.

"Eu acho que ele [Lula] não está com tanta pressa [para indicar os nomes dos ministérios]. O pessoal do mercado é que está mais ansioso, alguns é que estão mais ansiosos. Acho que ele [Lula] está com a coisa bem resolvida na cabeça", completou.

O governo de transição inicia a segunda semana em conflito com o mercado financeiro. Nos últimos dias, Lula criticou a reforma trabalhista e defendeu "furar" o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à inflação.


A intenção está na PEC (proposta de emenda à Constituição) do estouro, que visa a tirar do teto de gastos o Auxílio Brasil de R$ 600 (que voltará a se chamar Bolsa Família), mais adicional de R$ 150 por cada criança de até 6 anos.

Na abertura da sessão de quinta-feira (17), por exemplo, a moeda dos EUA chegou a disparar 2,76%, a R$ 5,5308, cotação acima de R$ 5,50 pela primeira vez desde julho. O avanço foi freado, e às 13h30 o dólar era negociado a R$ 5,47 (+1,67%).


Já o Ibovespa, o principal índice do mercado acionário brasileiro, desabou mais de 2,3% nos primeiros negócios desta manhã, abaixo da marca de 108 mil pontos, o menor patamar desde 29 de setembro, dias antes do primeiro turno das eleições.

Após a reação negativa do mercado, Lula afirmou que é preciso pensar em responsabilidade social e que, se cair a Bolsa e aumentar o dólar, "paciência".

"Você tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social e não mexe em um centavo do sistema financeiro. Você não mexe em um centavo daqueles juros que os banqueiros têm que receber. Se eu falar isso, vai cair Bolsa, vai aumentar o dólar... Paciência! O dólar não aumenta e a Bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas é por conta dos especuladores, que vivem especulando todo santo dia", disse.

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