Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Governadores priorizam acordo para recompor perdas com ICMS antes de discutir reforma tributária

Governo federal quer adaptar textos da reforma para garantir apoio de governadores e prefeitos; IVA dual é uma possibilidade

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Bomba de combustível à frente de anúncio de preço
Bomba de combustível à frente de anúncio de preço Bomba de combustível à frente de anúncio de preço

Enquanto o Congresso concentra esforços para viabilizar a reforma tributária, o foco dos governadores é garantir a recomposição das perdas nas arrecadações após as mudanças nos cálculos do ICMS. O governo federal admite ajustes nos textos da reforma para garantir apoio dos líderes locais e de diversos setores.

O modelo de unificação de tributos que prevê diversas alíquotas entre os impostos federais e os adotados em estados e municípios — o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual — é um dos acenos do governo para facilitar a aprovação da reforma. Integrantes da equipe econômica afirmam que o IVA único (que congrega todas as alíquotas) seria uma opção mais vantajosa para o contribuinte. 

O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já declarou que o IVA dual é mais viável para garantir aprovação no Congresso, mas admitiu que não haverá consenso em relação à proposta. O governo trabalha para juntar as duas matérias que tramitam no Legislativo: a proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/2019, da Câmara, e a PEC 110/2019, no Senado.

Os governadores apoiam a PEC 110, que traz a proposta do IVA dual. No entanto, a partir da emenda 192, os gestores admitem apoio à PEC 45, que propõe o imposto único para substituir os federais (IPI, PIS, Cofins), estadual (ICMS) e municipal (ISS). A emenda prevê a criação de um fundo de desenvolvimento regional para diminuir desigualdades entre estados e evitar perdas de arrecadação. 

Publicidade

"Se for nessa linha, os estados vão apoiar. Se houver alteração, nós temos que chamar atenção dos pontos e ver o que cada região e estado quer alterar. Precisamos saber qual é o texto que vai para discussão", disse ao R7 o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), membro do Fórum dos Governadores, que trata do tema tributário nas demais instâncias dos Três Poderes.

Prioridade

Antes de discutir a reforma tributária, os estados querem garantir o pagamento, por parte da União, da recomposição das perdas causadas após a mudança no cálculo do ICMS. Com a fixação da alíquota entre 17% e 18%, os secretários estaduais calculam que deixaram de arrecadar R$ 45 bilhões, valor inicialmente cobrado do governo federal.

Publicidade

Agora, o montante negociado, segundo Fonteles, está entre R$ 24 bilhões e R$ 30 bilhões, valor que ainda precisa ser alinhado com os governadores dos estados e do Distrito Federal. "É preciso resolver a questão de curto prazo relativa às perdas de 2022. A reforma tributária é uma questão de longo prazo", disse o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).

Leia também

Uma afirmação semelhante também foi feita pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). "A reforma tributária é importante, mas tem um problema anterior que precisa ser resolvido e que é urgente na conta dos estados", disse o tucano. 

Publicidade

O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que "sem a corda no pescoço, os estados vão entrar com muito mais fôlego financeiro em uma discussão". No entanto, ele tem dito que não acredita em uma aprovação rápida e fácil.

A expectativa é que o valor da recomposição esteja fechado ainda em março, e a contrapartida prometida pelos governadores é de não repassar as despesas ao consumidor — portanto, não aumentar os tributos.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.