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R7 Brasília

‘Governo não tem empresa de estimação’, diz Silveira sobre Petrobras e mercado de gás

Ministro de Minas e Energia defendeu pacote do gás assinado pelo presidente Lula e afirmou que competitividade é importante

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília


Ministro de Minas e Energia
Ministro de Minas e Energia participou de abertura do Diálogo G20 Edis Henrique Peres/R7 -

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (28) que o “governo não tem empresa de estimação”. A declaração foi dada após questionamento sobre uma possível competitividade entre a Petrobras e a PPSA (Pré-sal Petróleo) com o pacto de gás natural lançado nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As medidas lançadas pelo governo permitem, por exemplo, usar a estatal PPSA como um braço para comercializar o gás natural, gás de cozinha e líquidos derivados do processamento de gás. A ideia do governo é ajudar a baixa o preço do produto.

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“A competição é boa para o Brasil para brasileiras e brasileiros, nós temos que aumentar a oferta de gás para que a gente possa diminuir o preço e industrializar o Brasil, gerar emprego e renda, e cuidar das pessoas que é o grande propósito do nosso governo. O governo não tem empresa de estimação, nós gostamos de todas e queremos que todas saibam do seu papel social e um dos papéis sociais das petroleiras do Brasil é aumentar a oferta de gás, trazer mais gás para as estações de tratamento, e fazer mais rotas de escoamento. Nós temos 35% da indústria química ociosa por falta de gás competitivo”, declarou.

O posicionamento do ministro foi dado durante abertura do Diálogo G20 - Transições Energéticas, evento realizado pelo Ministério de Minas e Energias em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Itaipu Binacional. Segundo Silveira, “pela primeira vez nos últimos 30 anos há uma política vigorosa e corajosa enfrentando interesses do Brasil para poder atender a oferta de gás nas suas várias matrizes”.


“Chegamos no limite, nós não podemos ser um país extremamente rico em termos de commodity e não usar gás que é considerado uma energia de transição para poder impulsionar o crescimento nacional. Essa é a política pública corajosa liderada pelo presidente nessa questão da transição energética”, afirmou.

Silveira acrescentou ainda que a transição energética ajuda a população mais vulnerável gerando emprego e renda de qualidade. “Após vencido o acordo de Paris de 2030, não haverá uma solução [de desenvolvimento e economia] fora da nova economia verde. O agro terá que ser verde e a agricultura terá de ser de baixo carbono. Essa questão ultrapassa a relação industrial, é cultural”, disse.


Silveira afirmou que está “acontecendo na matriz energética global o que aconteceu com o cigarro há 20 anos”. “As novas gerações foram repelindo, em favor da saúde pública, compreendendo que [o cigarro] fazia mal. Nós sabemos que faz mal a emissão do CO₂, que ela cria efeitos climáticos danosos à população. E em especial os que mais sofrem, e a ministra (do Meio Ambiente) Marina (Silva) tem razão, são os mais pobres, atingidos diretamente”, avaliou.

Entenda

Nesta terça-feira (27) em reunião do Conselho Nacional de Política Energética, o presidente Lula assinou um pacote de medidas que mudam o cenário do mercado de gás no Brasil. Um dos decretos amplia os poderes da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e permite que ela regule as tarifas de escoamento e tratamento de gás, hoje negociadas entre as empresas.

Outra resolução prevê o uso da PPSA para comercializar o gás natural, gás de cozinha e líquidos derivados de processamento do gás. Assim, a estatal vai concorrer diretamente com a Petrobras na comercialização do gás no mercado. Atualmente, a PPSA é a estatal que gerencia os contratos de produção no Pré-sal. Com a medida, ela poderá acessar os sistemas de processamento e o escoamento do gás produzido no mar e comercializá-lo.

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