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Governo vai oferecer equipes de saúde mental e auxílio de R$ 2.000 a pescadores, diz governador de AL

Dantas se reuniu com Alckmin nesta terça para tratar de medidas em favor das vítimas do afundamento de uma mina em Maceió

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Mina em Maceió (AL) corre o risco de colapsar
Mina em Maceió (AL) corre o risco de colapsar

O governador de Alagoas, Paulo Dantas, informou nesta terça-feira (5), após uma reunião com o presidente em exercício Geraldo Alckmin, que o governo federal vai encaminhar profissionais da saúde mental e liberar o auxílio de R$ 2.000 para cerca de 6.000 pescadores e marisqueiros em Maceió, vítimas do afundamento da mina da petroquímica Braskem, que pode desabar a qualquer momento.

Dantas pediu ao governo federal que fossem encaminhados recursos e profissionais da área da saúde mental ao estado. Segundo o governador alagoense, há registros de diversas pessoas com depressão, por exemplo. Também foi solicitado, e deferido pela União, um auxílio de R$ 2.000 para os pescadores e marisqueiros.

Foi requisitado ainda um estudo para entender se é possível usar o material de duas lagoas, a Mundaú e a Manguaba, para o fechamento das minas da Braskem na capital alagoana.

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Dantas criticou o acordo feito neste ano pela Braskem e a Prefeitura de Maceió, chefiada por João Henrique Caldas (PL). O tratado prevê que a empresa pague, até 2024, R$ 1,7 bilhão ao município como forma de ficar livre de novas indenizações. O governador destacou que a petroquímica pagou R$ 40 mil por imóvel, e não por pessoa, como ele defende. 


Um dos trechos críticos do acordo, ao qual a reportagem teve acesso, diz que a Braskem "não tem nenhuma responsabilidade adicional na hipótese de colapso da atual mina 18 ou de quaisquer das minas já mapeadas". Nesse sentido, Dantas pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que coordenasse toda a situação e as medidas sobre uma possível ação contra o acordo.

Entenda

A mina 18 da petroquímica Braskem, localizada no bairro do Mutange, em Maceió (AL), pode colapsar a qualquer instante, de acordo com a Defesa Civil do município. A exploração de sal-gema pela empresa causou instabilidade no solo, que já cedeu 1,77 metro e afunda a uma velocidade de 0,25 cm por hora. Mais de 60 mil pessoas foram afetadas.

A exploração do sal-gema na cidade começou na década de 70. De lá para cá, foram criados 35 poços de extração. Os primeiros danos ocorreram em fevereiro de 2018, quando um forte tremor de terra fez surgirem as primeiras rachaduras nos bairros — uma delas com 280 metros de extensão. Na ocasião, mais de 55 mil pessoas precisaram deixar sua casa.

Em novembro deste ano, pelo menos cinco tremores foram sentidos na região. A intensificação dos últimos sismos fez com que a Prefeitura de Maceió decretasse estado de emergência, na última quarta-feira (29), e pedisse a evacuação da população ao redor do local. A cidade continua em estado de alerta.

De acordo com a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), do Serviço Geológico do Brasil, o problema do solo está diretamente relacionado à exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem. Estudos feitos por especialistas há mais de dez anos já mostravam que esse cenário poderia acontecer.

O sal-gema é muito cobiçado pela indústria por ser a matéria-prima de produtos higiênicos e farmacêuticos, além de ser usado na fabricação de soda cáustica (NaOH), de bicarbonato de sódio (NaHCO₃) e de PVC. O mineral fica localizado na sexta camada da terra, que pode estar a 1.200 metros da superfície. Para chegar até o sal-gema, é necessário perfurar cinco camadas de solo cheias de materiais como areia e argila.

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