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Haddad: Brasil não pode estar entre as 10 maiores economias do mundo e entre os mais desiguais

Pesquisa inédita sobre super-ricos e desigualdade de taxação foi divulgada nesta sexta-feira

Brasília|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um estudo sobre desigualdade social e tributária no Brasil.
  • O estudo revela que 1% dos mais ricos concentra 27,4% da renda total e paga menos impostos que a média nacional.
  • Haddad destaca a necessidade de maior transparência nos dados para enfrentar a desigualdade histórica do país.
  • O Congresso está discutindo medidas para promover maior igualdade na distribuição de renda e desenvolver o país de forma sustentável.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Haddad apresentou estudo nesta sexta, com economista francês José Cruz/Agência Brasil - 29.08.2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao participar nesta sexta-feira (29) da apresentação do estudo “Retrato da Desigualdade e dos Tributos pagos no Brasil”, elaborado pelo economista francês Gabriel Zucman e por equipes da Receita Federal e da pasta, disse que o trabalho chega num momento importante da história do Brasil, em que o país entra na era da transparência de dados.

O estudo corrobora uma tese que o ministro Haddad vem defendendo há tempos, ao menos desde que assumiu o Ministério da Fazenda: a de que, no Brasil, a desigualdade social e tributária é muito pronunciada.


O trabalho, ainda que com dados de 2019, confirma que, no Brasil, o 1% dos mais ricos concentra 27,4% da renda total, e os milionários em dólar no Brasil — isto é, quem recebe mais de cerca de R$ 5,5 milhões de renda anual — têm alíquotas efetivas muito menores do que o restante da população: 20,6% (incluindo todos os tributos), contra 42,5% para o brasileiro médio.

“O Brasil, historicamente, resistia a colocar seus dados à disposição da academia para estudos dessa natureza. Por isso, cumprimento também os funcionários da Receita Federal pelo fato de terem resguardado a identidade dos contribuintes brasileiros, mas ao mesmo tempo colocando os dados anônimos à disposição dos pesquisadores para dar ao público a situação da distribuição de renda no Brasil”, disse o ministro.


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Para Haddad, o estudo não poderia ser mais oportuno em virtude do fato de que, talvez pela primeira vez na história do país, o Congresso Nacional nas próximas semanas deve se manifestar sobre um primeiro e modesto passo na direção da busca por maior igualdade no país.

“Nós temos insistido em dizer que o Brasil não pode figurar entre as dez maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, estar entre as piores economias do ponto de vista de distribuição de renda. Que é exatamente a situação onde nós nos encontramos. O Congresso tem se debruçado sobre esse tema, tem recebido da parte da opinião pública manifestações muito importantes por meio de pesquisas, de manifestações públicas de cidadãos nas redes sociais, nos meios de comunicação, e eu tenho muita convicção de que, com exceção de um grupo mais extremado de deputados e senadores, o bom senso há de prevalecer para que o Brasil inicie uma trajetória”, ressaltou o ministro.


De acordo com ele, fala-se de um passo modesto, mas que vai abrir caminhos para o Brasil buscar o desenvolvimento sustentável. “Nós sabemos que é impossível para um país crescer de forma sustentável com esta distribuição de renda que temos no Brasil. É preciso dar mais transparência para a situação social que o país vive, e garantir que nós vamos ter um futuro mais promissor”, frisou.

Ao se dirigir ao economista francês, Haddad disse que, na sua posição de ministro da Fazenda, o trabalho que Zucman e seus colegas fizeram terá uma grande repercussão no Brasil, por uma sociedade mais livre, justa e com mais oportunidades para todos os cidadãos.


Zucman, por sua vez, explicou que dois pontos chamaram a atenção ao longo do trabalho. O primeiro é que a desigualdade no Brasil é muito maior do que se imaginava. O sefundo, de acordo com ele, é que os mais ricos no Brasil pagam menos impostos do que a média nacional e que os super-ricos pagam menos impostos do que os super-ricos de outros países.

“Isso, sem dúvida, coloca o Brasil entre os países mais desiguais do mundo em termos de renda”, constatou o autor do estudo.

Perguntas e Respostas

Qual é a principal mensagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a desigualdade no Brasil?

Fernando Haddad afirmou que o Brasil não pode ser uma das dez maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, estar entre os países com maior desigualdade de renda. Ele destacou que a desigualdade social e tributária no Brasil é muito pronunciada.

O que revela o estudo “Retrato da Desigualdade e dos Tributos pagos no Brasil”?

O estudo, elaborado pelo economista francês Gabriel Zucman e equipes da Receita Federal, mostra que 1% dos mais ricos no Brasil concentra 27,4% da renda total. Além disso, os milionários no Brasil pagam alíquotas efetivas de impostos muito menores do que a média da população.

Qual é a importância da transparência de dados mencionada por Haddad?

Haddad ressaltou que o Brasil está entrando na era da transparência de dados, permitindo que informações sobre a distribuição de renda sejam acessíveis para estudos acadêmicos. Ele elogiou os funcionários da Receita Federal por protegerem a identidade dos contribuintes enquanto disponibilizam dados anônimos.

O que Haddad espera do Congresso Nacional em relação à desigualdade?

Haddad espera que o Congresso Nacional se manifeste em breve sobre medidas que busquem maior igualdade no país. Ele acredita que, apesar de ser um passo modesto, isso pode abrir caminho para o desenvolvimento sustentável no Brasil.

Quais são as implicações da desigualdade para o crescimento do Brasil, segundo Haddad?

Haddad afirmou que é impossível para um país crescer de forma sustentável com a atual distribuição de renda. Ele enfatizou a necessidade de dar mais transparência à situação social do Brasil para garantir um futuro mais promissor.

O que o economista Gabriel Zucman destacou sobre a desigualdade no Brasil?

Zucman apontou que a desigualdade no Brasil é maior do que se imaginava e que os mais ricos pagam menos impostos do que a média nacional. Ele afirmou que isso coloca o Brasil entre os países mais desiguais do mundo em termos de renda.

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