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Ibaneis diz que quer ‘melhorar a saúde no DF’ após mortes de crianças na rede pública

Desde abril, ao menos cinco crianças perderam a vida após atendimento em hospitais e UPAs do Distrito Federal

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

O governador do DF, Ibaneis Rocha
O governador do DF, Ibaneis Rocha Joel Rodrigues/Agência Brasília - 22.5.2024

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou nesta sexta-feira (24) que quer melhorar o serviço público de saúde do DF após a morte de pelo menos cinco crianças que foram atendidas em hospitais, UBSs (unidades básicas de saúde) e UPAs (unidades de pronto atendimento) desde abril.

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“A gente espera poder cada vez mais melhorar a saúde no Distrito Federal. Contratamos mais de 7 mil profissionais ao longo desses últimos anos, e a gente vai continuar fazendo esse esforço para melhorar a saúde da nossa cidade”, afirmou o governador.

Os cinco casos de morte envolvendo crianças na rede pública de saúde do DF desde o mês passado foram:

• Em 14 de abril, os pais de Jasminy Cristina de Paula Santos, 1 ano, tentaram atendimento pelo Samu após ela passar mal, mas não havia ambulância para atender a bebê. Em mais uma tentativa, os pais levaram a criança até a UPA do Recanto das Emas no mesmo dia. Jasminy recebeu classificação laranja, mas a unidade só atendia pacientes com classificação vermelha. A bebê passou o dia na UPA, mas à noite teve piora no quadro, com febre e baixa saturação. Uma médica chegou a pedir a internação da criança na ala pediátrica, mas Jasminy não resistiu e morreu na unidade. O caso é investigado Polícia Civil.


• Em 27 de abril, um bebê morreu após a mãe ter que esperar 14h para realizar o parto no Hospital Regional de Sobradinho. Segundo a mãe, Margarete dos Santos, ela teria chegado ao hospital por volta de 1h30 da manhã, e a equipe médica disse que não havia dilatação suficiente. Ela afirma que os médicos tentaram induzir o parto, que só aconteceu às 15h. A mãe diz que durante a espera solicitou um parto cesárea, mas o pedido foi negado. Os pais foram informados de que o bebê nasceu com o cordão umbilical enrolado em duas voltas no pescoço e que ele teria defecado dentro da barriga da mãe, dando início ao processo de sofrimento fetal. O caso é investigado Polícia Civil.

• Em 15 de abril, os pais de Anna Julia Galvão, 8 anos, procuraram atendimento médico para a criança após ela apresentar tosse, dor nas costas, febre e dificuldade para respirar. A menina chegou por volta das 18h na UBS 7 da Ceilândia, mas foi atendida apenas às 3h da manhã do dia seguinte. Os médicos pediram exames para a menina, mas Anna Julia teve piora no quadro e os pais a levaram para a UBS 1 de Ceilândia. Ela foi atendida às 2h da manhã do dia 17, com pedido de outros exames. No entanto, o quadro de Anna Julia piorou uma segunda vez, e ela foi encaminhada ao HMIB (Hospital Materno Infantil de Brasília). Ela chegou ao hospital em estado gravíssimo. A equipe médica tentou entubá-la, mas ela morreu. O caso é investigado Polícia Civil.


• Em 14 de maio, a família de Enzo Gabriel, 1 ano, o levou à UBS de Taguatinga após o menino apresentar dificuldade para respirar. Com estado grave de saúde, Enzo Gabriel foi transferido para a UPA do Recanto das Emas. De lá, o menino seria levado para uma UTI no HMIB. Contudo, o bebê morreu enquanto aguardava o transporte, que demorou mais de 12 horas para chegar à UPA. Enzo Gabriel havia sido diagnosticado com dengue aguda, pneumonia com derrame pleural (acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax) e estava entubado enquanto aguardava a transferência. O caso é investigado Polícia Civil.

• Em 21 de maio, a bebê Aurora, de 3 dias de vida, morreu devido a complicações no parto. A mãe, Isadora Cristina de Souza Saeta, depois de tentativas dos médicos de induzir o parto por mais de 24h, passou por uma cirurgia cesárea de emergência e a bebê nasceu sem batimentos cardíacos. Aurora passou por reanimação e chegou a ser internada por três dias, mas não resistiu às complicações. O caso é investigado Polícia Civil.


Nesta quinta-feira (23), o secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Gustavo Rocha, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e o diretor-presidente do Iges-DF (Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal), Juracy Cavalcante, concederam entrevista coletiva à imprensa para falar dos casos e negaram que haja crise na rede pública de saúde do DF.

“Ontem [quinta-feira] a nossa secretária de saúde, a Lucilene Florêncio, juntamente com o presidente do Iges-DF e o secretário da Casa Civil, deram uma entrevista coletiva revelando de forma bastante clara o investimento que a gente vem fazendo na área da saúde no Distrito Federal. Eles tiveram a oportunidade também de se solidarizar com as famílias que tiveram seus filhos perdidos”, disse Ibaneis nesta sexta.

AgroBrasília

As declarações do chefe do Palácio do Buriti foram dadas em visita à feira AgroBrasília, onde Ibaneis assinou decretos e visitou estandes ao longo da manhã. Desde terça-feira (21), o evento já recebeu 120 mil pessoas e teve negociações estimadas em R$ 5 bilhões. A AgroBrasília está localizada no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no Paranoá, e segue aberta até este sábado (25), com funcionamento das 8h30 às 18h.

No evento, o governador assinou o decreto que institui o Programa Pro-Águas; a ordem de serviço para revitalizar a bacia hidrográfica do Rio Preto; a ordem de serviço de licenciamento ambiental por adesão e compromisso; a licitação de pavimentação da rodovia DF-285, a última saída da capital do país ainda sem asfalto; e a autorização de contratos de crédito para custeio de milho e feijão com o BRB (Banco de Brasília).

Ibaneis afirmou que a feira é um espaço que recebe do pequeno ao grande produtor. “Com todas as nossas ações, estamos presenciando um aumento do ecoturismo na cidade, melhorando a renda e as condições das famílias. E vamos fazer cada vez mais pelo agronegócio brasileiro, e pela AgroBrasília, que não é uma feira apenas do DF, mas do país”, disse.

A feira está na 15ª edição, e neste ano com cerca de 600 expositores disponíveis, 50 a mais que no ano passado, e um parque com área total de 70 hectares. Presidente da Emater-DF (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal), Cleison Duval disse que o espaço vai estimular a agroindustrialização dos produtores rurais.

“Montamos duas agroindústrias em tamanho real, uma de mandioca descascada congelada e uma de ovos, as duas maiores demandas que temos hoje. Trouxemos todos os equipamentos para cá a fim de mostrar para o produtor que ele pode obter uma renda maior e agregar valor ao seu produto, montando essas pequenas indústrias”, afirmou.

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