O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira (17) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os descontos dados na atual tabela do IR (Imposto de Renda) sejam mantidos. O responsável pela área econômica afirmou também que a isenção do tributo para quem ganha até R$ 5.000, cujo envio está programado para essa semana ao Congresso Nacional, terá uma renúncia de R$ 27 bilhões.“Amanhã vai ter uma reunião com o Hugo Motta, com o Davi Alcolumbre e aí o presidente vai anunciar a medida [de isenção de imposto de renda]. Amanhã está marcada a reunião. O número [da compensação] é menor porque é a partir de janeiro de 2025. Na verdade, eram R$ 32 [bilhões] e acho que são R$ 27 [bilhões] agora”, disse Haddad após reunião com Lula.De acordo com Haddad, a expectativa é de que a isenção do IR seja anunciada ainda nesta semana com alterações pedidas por Lula. “Aquilo que foi anunciado com alterações encomendadas pelo presidente Lula, que foi não mexer nos descontos e considerar o CNPJ também. Duas alterações. Ficaram prontas há duas ou três semanas. E ele provavelmente anuncia essa semana”, contou. Trata-se, portanto, de um recalculo feito pelo Ministério da Fazenda em relação ao volume de recursos em que a União iria perder com a arrecadação. Inicialmente, eram cerca de R$ 35 bilhões. Agora, o total foi reduzido. A proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 por mês “poderia ser plenamente financiada” com a taxação dos mais ricos do país, aponta estudo elaborado por professores da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo).A proposta foi prometida por Lula durante a campanha presidencial e é uma das principais bandeiras do petista neste mandato. A iniciativa foi oficialmente apresentada em novembro do ano passando, pelo ministro da Fazenda. O Executivo tem afirmado que, para bancar a isenção do IR a quem ganha até R$ 5.000, será criado um imposto de até 10% para aqueles que recebem mais de R$ 50 mil por mês.A ideia inicial é apresentar os temas em conjunto, para que um compense o outro na questão arrecadatória. Há, inclusive, um acordo entre os Poderes Legislativo e Executivo para os projetos serem apreciados na condição de neutralidade, ou seja, sem perda ou ganho de arrecadação. E a reunião de Lula, Motta e Alcolumbre vai dar o tom do andamento da proposta nas Casas. O envio da matéria ao Congresso Nacional e sua eventual aprovação será um dos primeiros desafios de articulação da nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O projeto precisa ser aprovado pelos deputados e pelos senadores para começar a valer. A intenção do governo é que isenção do IR comece a valer a partir de 2026. Hoje é isento quem ganha até R$ 2.259,20.