A Polícia Civil do Distrito Federal conseguiu apreender dois veículos de alto valor, uma casa de luxo e obteve na justiça o bloqueio de ativos financeiros de mais de R$ 2 milhões de um grupo investigado por vender dados pessoais e sigilosos do governo. Segundo a polícia, a estratégia usada é a de asfixiar o financiamento do grupo e descapitalizar a organização criminosa. Nesta sexta-feira (28), um dos líderes, de 22 anos, foi preso.O suspeito era conhecido no submundo digital pelo codinome “Code”, e era responsável por desenvolver aplicativos que permitiam a invasão em sistemas governamentais. Ele foi preso temporariamente em Três Passos (RS), onde os policiais também apreenderam computadores, celulares e grande quantia de dinheiro. O veículo do suspeito também foi sequestrado e suas contas bancárias bloqueadas por determinação da Justiça.Essa é a segunda fase da operação que atua contra o grupo que vazava dados de pessoas jurídicas e físicas na plataforma MaxBuscas. Na primeira fase, foram cumpridos mandados de prisão temporária contra três pessoas nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Os administradores da plataforma ilegal foram localizados e presos em uma praia privativa no litoral de Santa Catarina, onde mantinham um padrão de vida incompatível com a renda declarada.Durante aquela etapa, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, documentos e veículos de luxo, além do bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros dos investigados. A Justiça também determinou a suspensão da plataforma e o bloqueio dos domínios relacionados.A plataforma disponibilizava mais de 70 painéis de pesquisa contendo dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas. Code era o principal desenvolvedor dos aplicativos ilegais que automatizam o processo de invasão e extração de dados de sistemas do governo protegidos.Estes aplicativos eram projetados especificamente para burlar mecanismos de segurança e operar nas sombras da internet, dificultando o rastreamento pelas autoridades.Segundo as investigações, o grupo tinha uma estrutura hierarquizada que incluía administradores, fornecedores, revendedores, prepostos e clientes.Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, receptação qualificada e invasão de dispositivo informático. Considerando a soma das penas máximas previstas para estes crimes, os suspeitos podem enfrentar até 24 anos de reclusão, além de multa.A Operação foi deflagrada pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.