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R7 Brasília

Lewandowski promete ‘triagem rigorosa’ na análise de armas a CACs após tragédia no RS

Atirador de Novo Hamburgo tinha quatro armas registradas legalmente; controle será do Ministério da Justiça a partir de 2025

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Ministro aproveitou para elogiar gestão do Exército Bruno Peres/Agência Brasil - 3.10.2024

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, garantiu nesta quarta-feira (23) que a concessão de armas a CACs (caçadores, atiradores desportivos e colecionadores) será mais rígida a partir do próximo ano, quando o controle passará a ser feito pela Polícia Federal. Até 31 de dezembro deste ano, a responsabilidade de fiscalização, controle e autorização de armas e munições ao grupo é do Exército Brasileiro. A transferência de autoridade foi autorizada por meio de acordo de cooperação técnica em setembro de 2023.

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“Vamos reexaminar, reavaliar a situação de cada um dos CACs e vamos fazer uma triagem rigorosa para saber se realmente a pessoa que se diz filiada a um desses CACs tem antecedentes criminais, se tem condições psicológicas e técnicas para portar uma arma”, afirmou o ministro, ao elogiar a gestão do Exército.

“Não que o Exército Brasileiro não tenha tomado cuidado, mas é que o número de CACs é tão grande no Brasil que talvez tenha alguma dificuldade técnica para um controle mais rigoroso. Mas posso afirmar que, a partir do momento que vier para nosso ministério e ficar sob responsabilidade da PF, nós seremos rigorosos”, acrescentou.

Lewandowski aproveitou para lamentar a tragédia ocorrida em Novo Hamburgo (RS). Na noite de terça (22), Édson Fernando Crippa, de 45 anos, manteve a família em cárcere privado por mais de 10 horas e matou seu pai e seu irmão e o policial militar Everton Kirsch Júnior.


“Eu acho lamentável o que aconteceu em Novo Hamburgo. A meu ver, isso é resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo que existe na sociedade brasileira. Somos contra essa proliferação de armas, entendemos que essas armas têm de ser reduzidas, controladas e muito bem fiscalizadas. E essa é uma área sobre a qual o ministério está se debruçando com muito cuidado”, completou.

O suspeito era CAC, tinha quatro armas registradas e também feriu outras 12 pessoas. Entre as vítimas, estão a mãe e a cunhada do atirador, que foram atingidas por disparos e estão internadas em estado grave. O episódio ocorreu no bairro Ouro Branco. Édson Crippa, que foi morto por policiais, usou duas pistolas, duas carabinas e tinha farta munição.


A restrição de armas a cidadãos civis é uma das bandeiras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e foi promessa de campanha. Logo no primeiro dia de mandato, o presidente revogou decretos de Jair Bolsonaro (PL) sobre o acesso a armas e munições.

O Congresso Nacional reagiu à política antiarmamentista de Lula, e a Câmara dos Deputados chegou a aprovar um projeto que anulava partes das determinações do petista. Quando a proposta chegou ao Senado, porém, o governo federal fez um acordo com os parlamentares e o texto foi retirado da pauta.

Agora, o Executivo trabalha na construção de um novo decreto, chamado de “corretivo” pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Um dos pontos mais debatidos é a liberação do funcionamento de clubes de tiro a menos de 1 km de instituições de ensino, como escolas e faculdades.

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