Líder do PL na Câmara sugere retaliação do governo a Bolsonaro em operação da PF
O deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) disse estar 'perplexo e chateado' com a situação e defendeu a inocência do ex-presidente
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O líder do PL na Câmara, deputado federal Altineu Côrtes (RJ), sugeriu nesta quarta-feira (3) que a operação da Polícia Federal mirando o ex-presidente Jair Bolsonaro teve ligação com as recentes derrotas políticas do governo e a popularidade do ex-chefe do Executivo.
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"Na política, a gente não quer sempre ligar os fatos. Mas o governo teve uma derrota na tentativa de aprovar o texto das Fake News, foi aberta da CPMI de 8 de Janeiro, Bolsonaro foi à Agrishow e a população toda abraçando ele. E chega agora e acontece um fato como esse", disse o deputado, completando estar "perplexo e muito chateado" com a situação. "Isso não é normal."
Outras manifestações
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse em postagem em uma rede social que o ex-presidente Jair Bolsonaro "é uma pessoa correta, íntegra, que melhorou o país e procurava sempre seguir a lei".
Confira a publicação
Também em uma rede social, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que somente ela foi vacinada contra a Covid-19 e que não sabe o motivo da ação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3) em sua casa, em Brasília.
A operação
A operação investiga a atuação de um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. O ex-presidente deve prestar depoimento à PF ainda nesta quarta-feira (3).
A declaração de Altineu foi dada a jornalistas na entrada da sede do PL, onde Bolsonaro seguiu depois que saiu da casa, alvo de busca e apreensão da PF. Antes de deixar a residência, o ex-presidente negou ter fraudado o certificado de vacinação e reiterou que não tomou o imunizante contra a Covid-19.
Na avaliação de Altineu, como Bolsonaro disse que não se vacinou, não seria possível existir fraude em um cartão de vacina. A PF apura atuação de um grupo que teria inserido informações falsas de vacinação para viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, familiares e equipe, em meio às exigências da imunização obrigatória no período pandêmico.
A operação está dentro do inquérito das "milícias digitais", que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Entre os presos na ação está o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Cid era homem de confiança do ex-presidente e foi centro de uma polêmica envolvendo o governo Lula e o então comandante do exército Júlio César de Arruda. Todo o atrito começou após Arruda se mostrar favorável pela a promoção de Cid ao comando do 1° BAC (Batalhão de Ações de Comandos) em Goiânia (GO). Outros presos são os ex-assessores especiais do ex-presidente Sérgio Cordeiro e Max Guilherme.